
Foucault fechará o seu programa de unha história da sexualidade concentrando-se precisamente neste ponto. Ao contrário da aristocracia (preocupada com a sua ascendência, sentada sobre a sua árbore xenealóxica, sobre a verdade do sangue), a burguesia vai cuidar da sua descendência, non da sua xenealoxia, mas da sua herança, non do sangue, mas da sexualidade. E nesta mudança Foucault verá o sinal da chegada de um novo tipo de poder, o que rexe xá a actualidade: o biopoder, a “biopolítica”, unha forma de poder que non se aplica a vixiar a existência xurídica dos indivíduos, mas a xerir a “existência biolóxica” das populaçóns. Se em “Vixiar e Punir” Foucault descrebeu demoradamente a constituiçón de unha “anatomia política do corpo humano” graças às técnicas disciplinares, agora a questón da sexualidade permitir-lhe-á isolar outra dimensón no exercício do poder, a “biopolítica das populaçóns”. Apelou, assim, a um conxunto de procedimentos políticos que apontam directamente para o corpo da espécie humana, para a vida biolóxica. Um poder exercido estabelecendo modalidades de controlo que regulem as condiçóns que podem fazer variar a natalidade e a mortalidade, os níveis de saúde e a esperança de vida. Chegados a este ponto, torna-se muito comprehenssíbel o interesse que Foucault dedica ao tema da sexualidade. É como se lhe permitisse fechar o círculo do seu olhar sobre o poder. Ao analisar as disciplinas, Foucault estudou a xestón dos indivíduos, a ortopedia moral aplicada às instituiçóns totais, que funcionam em rexime de reclusón. Agora, o exercício do poder é investigado fora dos lugares de reclusón, ao nível das populaçóns, extende-se para o exterior. Aqui chegados, Foucault concluirá sobre o assunto: “As disciplinas do corpo e as regulaçóns da populaçón constituiem os dous polos em torno dos quais foi exercida a organizaçón do poder sobre a vida. A implementaçón, no decorrer da idade clássica, desta grande tecnoloxia de duas faces (anatómica e biolóxica, ao nível do indivíduo e ao nível da espécie, orientada para as qualidades do corpo e observadora dos processos da vida), caracteriza um poder cuxa funçón mais elevada a partir de agora xá non pode ser matar, mas xerir a vida por inteiro”.
MIGUEL MOREY