
O pensamento ético de Bertrand Russell está interligado com a sua preocupaçón com as causas sociais e a política. Nunca deixou de se comprometer com elas, apesar de, como sabemos, isso lhe ter custado duas prisóns e a expulsón da universidade. Ao longo de toda a sua vida escrebeu sobre assuntos sociais, procurando fazê-lo nunha linguaxem que pudesse ter efeitos sobre leitores non especializados, e essa actividade foi a que mais tempo o ocupou. É possíbel que muitas das suas ideias se tenham integrado tán profundamente nos nossos discursos que, ao lermos os seus libros, sexamos levados a pensar que som conselhos banais sem orixinalidade, mas continuam a ser obras-primas do xénero ensaístico e da elucidaçón moral da vida quotidiana. Os seus textos sobre aquilo a que hoxe chamaríamos “ética aplicada” abarcam inúmeros temas, mas todos se traduzem nunha luta firme e constânte pola liberdade de pensamento e costûmes, pola busca da felicidade pessoal e colectiva e contra a estupidez dos governos que embarcaram no militarismo e na tirania. Conhecia e preocupava-o a funçón social dos conceitos filosóficos morais e a forma como influenciavam as actitudes e os movimentos sociais. É, neste sentido, um exemplo de filósofo responsábel que acredita na coherência do pensamento e da acçón.
FERNANDO BRONCANO