CORTÊS DE TOLOSA, Juan (Madrid. 1590-c. 1643). Novelista. Estudou no coléxio dos xesuitas. Chegou a ser secretário de Felipe III. Escrebeu “Discursos morales de cartas y novelas” (Zaragoza, 1617) e “Lazarillo de Manzanares, con otras cinco novelas” (1620), reeditádo em 1901 e 1970. Como o seu título suxére, trata-se de unha imitaçón do “Lazarillo de Tormes”, mas o autor propuxo-se superar o modelo a través de um argumento mais complexo e unha maior quantidade de personáxes desarrolhadas na obra. Non logrou o seu propósito.
CORTÊS, Hernán (Medellín, 1485-1547). Conquistador de México. Estudou humanidades em Salamanca. Parece ser que modelou o seu estilo literário com a leitura e traducçón de Julio César. Chegou a La Espanhola em 1504. Pasou a Cuba em 1511 e foi comissionado para emprehender a exploraçón do México em 1519. Non obstânte, non tinha autorizaçón de conquista, polo qual se apressurou a fundar a “Villa de Veracruz”. Passou por Tlaxcala e Cholula, engrossando as suas filas com tribus descontentas com os aztecas. Em 1520, chegou a cidade de México, mas tivo que voltar sobre os seus pasos, para fazer frente a Narváez, quem vinha para sacarlhe o mando. Depois de derrotar a este, voltou à cidade de México, onde foi derrotado por sua vez. Buscou refúxio em Tlaxcala e marchou de novo contra a cidade, à qual puxo sítio o vinte de Maio de 1521. As pugnas internas dos caciques, ademais de outras circunstâncias, o convertírom em vencedor. O quinze de Outubro de 1522, recebeu a carta do imperador que o confirmaba como conquistador de México e merecedor, por tanto, de unha série de possessóns, cargos e dinheiro. Depois de unha expediçón por terras de Guatemala e Honduras, iniciáda em 1524, voltou a Espanha em 1528. Em 1530 regressou a México, depois de haber probádo a sua inocência dos cargos de que fora acusado pola Audiência, mas em 1540 voltou a Espanha, onde morreu. Cortês, foi o primeiro cronista da sua façanha, em informes oficiais que envíou ao imperador, para dar-lhe conta dos feitos. Conhecemos cinco destes informes, escritos em epístolas: a primeira está perdida, e foi substituída, nas edicçóns das “Cartas de relación”, por um informe fechado o dez de Xulio de 1519, polo rexente da “Villa Rica de la Vera Cruz”, que conta a chegada dos conquistadores a México e a quantidade de ouro, xóias, prata e pedras preciosas que atoparom. A segunda carta tem data do trinta de Outubro de 1520 e foi publicada por primeira vez em Sevilha em 1522. Conta como Cortês e os seus homes entrarom no interior do país e quais forom as suas principais façanhas. Nesta carta conta-se a derrota espanhola de “La noche triste”, onde mais de quinhentos espanhois forom mortos e várias decenas forom apanhados para ser sacrificados depois aos deuses. A “Carta III” (quinze de Maio de 1522) alberga um subtítulo: “de las cosas sucedidas y muy dignas de admiraçón en la conquista y recuperaçión de … Temixtitán”, y que foi publicada em Sevilla no ano 1523. A quarta Carta (publicada em Toledo, 1525) foi enviada por Cortês o quinze de Outubro de 1524. Nela fala da traiçón de Diego Velázquez, gobernador da ilha de Cuba e seu rival como gobernador de México, xá que Cortês debía ter feito todas as suas conquistas em nome de Velázquez – por ser seu subordinado – e nunca em nome próprio. Pide ao imperador nessa carta que o reconheça como gobernador e capitán xeral de México e solicita mais homes para povoar o país. A quinta Carta (do três de Septembro de 1526) non foi publicada no seu tempo, pois até ao século XIX non se descubríu a sua existência -xunto com a primeira carta- na Biblioteca Imperial de Viena. Nela descrebe a traiçón feita por Cristóbal de Olid, a quem tinha enviado para conquistar o que hoxe é Honduras. Cortês tinha grandes inimigos na corte, que conspirabam contra el, acusando-o de ser o assassino da sua mulher e de Juan de Garay, e de haber ocultado grande parte do botín ao imperador. Foi entón chamado a Espanha, mas, ainda que ganhou o xuízo, non conseguíu ser nomeádo vicerrei de “Nova Espanha”, como había desexádo. O seu estilo literário resulta claro e a miúdo lacónico. Destaca como narrador, nos quadros que descrébem o novo mundo que se mostra ante os seus olhos. O entusiasmo pode ser rectórico, para enaltecer a sua conquista, mas, em parte debeu ser autêntico, pois transmíte-nos o seu asombro com grande vitalidade. As suas “Cartas de relación”, forom muito populares na Europa. Pouco depois da sua publicaçón em castelán forom vertídas para latim e para italiano. Lorenzana as publicou em México no século XVIII e entón traducidas para françês. A colecçón completa foi publicada por primeira vez em Madrid no ano 1852. E reeditadas em 1960.
CORTÊS, Alfonso (León, 1883). Poeta nicaragüense que vivíu mais de vinticinco anos na casa onde Rubén Darío passou a sua xuventude. Em 1927 foi declarado louco. O seu pai e as suas irmáns, reunirom os poemas que compuxo durante a sua xuventude e a madurés, tanto em períodos de lucidés como de loucura. Assim forom publicadas “Poesías” (1931; 1937), “Tardes de oro” (1934) e “Poemas eleusinos” (1935). Simbolista em poemas como “El barco pensativo” e místico em “La canción del espacio”, foi comparado com San Juan de la Cruz em “Nueva poesía nicaragüense” de Ernesto Cardenal (Madrid, 1949).
CORTÁZAR, Julio (Bruselas, 1916 -París, 1984). Filho de pais arxentinos. Contista, novelista e crítico literário. Pasou os seus primeiros anos na Bélxica. Regressou à Arxentina e voltou a expatriar-se em 1951. Desde entón viveu em París. Viaxou por Estados Unidos e por Hispanoamerica e Europa. Durante cinco anos foi mêstre em Buenos Aires. Afirmou que o “Opium” de Jean Cocteau despertou nele a vocaçón de escritor. Recebeu influênças de Julio Verne, Borges e Roberto Arlt. Baixo o pseudónimo de “Julio Denis” publicou o seu primeiro libro, “Presencia” (1938). “Los reyes” (1949), é um poema em prossa que recreia a lenda de Teseo. Os seus primeiros contos apareceron em “Bestiario” (1951), onde resulta evidente que para Cortázar, o mesmo que para Alfred Jarry, a natureza verdadeira da realidade non está nas suas leis, senón nas excepçóns a essas leis. O seu mundo compêndia terrores, fóbias e fantasias que se concretizam em formas animais. “Final del juego” (México, 1956; Buenos Aires, 1964) mostra a mesma preocupaçón por esse mundo do fantástico. Em “Las armas secretas” (1959) Cortázar expressou o seu interesse pola deshumanizaçón do home e pola sua angustia. “Historias de cronopios y famas” (1962) léva a Alice, a do país das maravilhas, a unha Arxentina de ciência ficçón no qual as “famas” som as personáxes convencionais, os “cronopios” som verdes e brilhantes elementos de alegría de viver e as “esperanzas” som extraordinarios microbios. A fantasía do autor converte-se em poesía e no manexo do elemento inesperado num mundo que accidental ou deliberadamente se deshumanizou. “Todos los fuegos el fuego” (1966) mostra a contínua rebeldía do autor frente à clásse média e seus valores. As suas novelas causárom ainda mais admiraçón que os seus contos, aos que el classificou de “literatura de evasión”. “Los premios” (1960) resulta unha parábola da vida moderna a través dunha viáxe em barco, ganha nunha lotaría. “Rayuela” (1963), com influênça de Marechal no planteamento, invita ao leitor a unha ordenaçón diferênte em cada leitura. O capítulo 62 consiste nunha obra que se publicou também por separado: 62, “modelo para armar” (1968). Escrebeu também dous libros que xogam com as palabras e que dentro da sua fragmentada estructura reflexam a existência do home e do mundo no qual vive: “La vuelta al día en ochenta mundos” (México, 1968), e “Último round” (México, 1969). Também escrebeu “El perseguidor y otros relatos” (1967), “Viaje alrededor de una mesa” (1970), “Pameos y meopas” (Barcelona, 1971), “Prosa del observatorio” (Barcelona, 1972), “Libro de Manuel” (1973), “La casilla de los Morelli y otros cuentos” (Barcelona, 1973), “Alguien que anda por ahí” (1977), “Un tal Lucas” (1979), “Queremos tanto a Glenda” (1981) e “Deshoras” (1983). Em colaboraçón com Mario Vargas Llosa e Oscar Collazos escrebeu “Literatura en la revolución y revolución en la literatura (México, 1970). A sua influênça dentro da literatura Hispanoamericana foi muito âmpla.
CORREA, Miguel Ángel (Rosario, 1881-1942). Novelista, poeta e dramaturgo arxentino, que utilizou com frequência o pseudónimo “Mateo Booz”. Foi xornalista, mas logo acadou renome literário com as novelas curtas: “El agua de la cisterna” (1919) e “La reparación” (1920). Pouco depois começou a publicar várias novelas de mais envergadura, baixo unha temática social e política: “La tierra del aire y del sol” (1926), sobre as dificuldades passadas polos desherdados; “La vuelta de Zamba” (1927); “El tropel” (1932), novela histórica situada no longo mandato de Rosas; “La mariposa quemada” (1932); “Aleluyas del brigadier” (1936), vida fictícia de Estanislao López de la Fe; “La ciudad cambió de voz” (1938), na qual mostra o crescimento de Rosario desde 1870 a través da vida de unha família espanhola inmigrada; “Santa fe, mi país” (1934) é unha popular colecçón de contos que desarrolha antigas lendas e mostra superstiçóns arraigadas entre a poboaçón. Unha obra cheia de ternura e de sarcasmo.
CORREA, Julio (1900-1953). Poeta e autor teatral paraguayo, colaborador da revista “Juventud”. Foi um dos fundadores do teatro guaraní, ao qual aportou obras com temas da “guerra del Chaco”. Criou personáxes do povo: soldados, campesinas, etc… Os seus primeiros poemas forom publicados dentro do libro “Cuerpo y alma” (Buenos Aires, 1943). Opuxo-se ao conceito da arte pola arte e abogou pola rebeldía dentro da literatura. Tivo bastânte influênça no teatro do seu país, ao insistir na inclusón de personáxes populares nas obras teatrais e ao conferir-lhes a estas unha maior importância como factores de câmbio, sobre tudo em épocas de guerra. Entre as suas obras teatrais podemos citar: “Sandía Ybyguy”, “Guerra ayá”, “Terejó yeby frente”, “Peicha guarante” e “Pleito riré”.
CORRAL, Pedro del (fl. 1440). Novelista espanhol autor da “Crónica sarracina”, chamada também “Crónica del rey don Rodrigo con la destrucción de España” (Sevilla, 1499), escrita por volta de 1443. Corral partíu sem dúvida das semihistóricas “crónicas de Ghazi”, da “Crónica general” e da “Crónica troyana”, mas depois renunciou aos feitos históricos para inventar-se três “autoridades”: Eleastras, Alanzuri e Carestas. Pérez de Guzmán, no seu libro “Generaciones y semblanzas”, despreça profundamente as mentiras do presuntuoso Corral. O seu libro no é, por tanto, unha crónica, ainda que foi chamada por Ausiàs March e outros, senón que resulta mais bem um libro de cabalaría. O seu valor literário é escaso, mas tem importância por ser unha das fontes mais antigas dos românces do rei Rodrigo; também inspirou “La jura de Santa Gadea” de Hartzenbuch e “La leyenda del Cid” de Zorrilla.
CORONEL UTRECHO, José (Granada, 1906). Crítico e poeta nicaragüense. Estudou nos Estados Unidos e publicou um útil “Panorama y antología de la nueva poesía norteamericana”, dada a conhecer fora de Nicaragua. Regresou ao seu país em 1925 e formou parte da vaguarda que editaba a revista “Semana” (1926), na qual se expresabam as novas voces tinxídas de “surrealismo” ou de “ultraísmo”. Poeta esperimental, durante alguns anos escrebeu poesía tradicional (1939-1941), mas logo voltou ao “hermetismo”, no qual se encontra mais à vontade. Os seus poemas, aparecem frequentemente em revistas e suplementos culturais, som quase sempre irónicos, cerebrais e esotéricos. A sua obra influíu intensamente nas novas xeraçóns de poetas como Ernesto Cardenal ou Ernesto Mejía Sánchez.
CORONADO, Carolina (Almendralejo, Badajoz, 1823-1911). Poeta e novelista. Casou com o diplomático norteamericano J. H. Parry. Aproveitando-se da inmunidade diplomática deu asilo a varios liberais espanhois, depois do fracasso da revolucçón de 1866. A sua poesía leva o amor humano a níveis quase de experiência mística. Acadou grande aceitaçón como poeta desde o seu primeiro volûme de versos, publicados em 1843. A sua obra antecede a de Bécquer. A segunda ediçón das suas “Poesías” (1852) leva um prefácio de J. E. Hartzenbuch. Reeditadas várias vezes. Menos afortunadas forom as suas novelas, que tivérom menor reconhecimento: “Paquita. Adoración” (San Fernando, 1850), “Jarilla” (1851), “La Sigea” (1854, dous volûmes) e “La rueda de la desgracia”. “Manuscrito de un conde” (1873). Entre as suas peças teatrais, hoxe esquecidas, podemos citar as de corte histórico “Alfonso IV de León”, “Petrarca” e “El divino Figueroa”, entre outras.
No relatório de 2021 do Painel Intergovernamental sobre as Alteraçóns Climáticas (PIAC), um grupo de 234 cientistas, oriundos de 66 países, concluiu “ser inequívoco que a influênça da espécie humana tem provocado o aquecimento da atmosfera, dos oceanos e dos solos. Têm acontecído alteraçóns xeneralizadas, e a um ritmo acelerado, na atmosfera, nos oceanos e na biosfera”. As emissóns de gases com efeito de estufa – entre os quais o dióxido de carbono, o metano, o óxido nitroso e os gases fluorados – resultantes das actividades humanas aumentaram para concentraçóns atmosféricas sem precedentes em milhóns de anos, desde unha época em que o Polo Sul ficou revestido de árbores e o nível do mar subíu vinte metros. De acordo com unha estimativa do PIAC, no início de 2020, com um orçamento de carbono de 400 xigatoneladas, a probabilidade de limitarmos o aquecimento a 1,5 ºC sería de 67%. À taxa actual de emissóns, esgotaremos este orçamento de carbono antes de 2030. Em 2015, quase todos os países do mundo – um total de 195 – assinaram o Acordo de París, cuxo obxectivo era limitar o aquecimento global a um nível bastante inferior a 2ºC, idealmente abaixo de 1,5ºC, em comparaçón com os níveis pré-industriais. O mundo non está no caminho certo para atinxir estes obxectivos. Existe unha enorme disparidade entre as promessas feitas polos governos e as medidas tomádas. Grande parte das emissóns – como as provenientes do transporte terrestre e marítimo internacional, bem como muitas das associadas às Forças Armadas – non está a ser rexistada nem contabilizada.
Cinco som os meios internos que enumeram os filósofos: vista, tacto, gosto, ouvido e cheiro. As esências de todos eles som diferêntes e, em consequência, também resultan diferêntes as cousas que se percebem por eles, ainda que há algunhas comúns; mencionadas anteriormente: tamanho, número, figura, etc… Os olhos vem unha só palmada; os ouvidos captam o impacto como duplo. Se os olhos non o houberam visto, sem dúvida pensarías que se trata de dous impactos. Fai o cego: vou dar duas palmadas, ou mais bem vou dar unha e outro vai dar outra lonxe de mim, imediatamente depois da minha, como se o outro fosse um eco. Instruído por alguém, no caso de que nunca tivéras vista, dirás que foi um eco; mas é falso. Incluso ainda que vexas: mando a outro que dé unha palmada, a escondidas, detrás de mím. Dirás que foi um eco; pois non foi. Quando galopa um cabalo, com muita frequência o ouvido acredita que som dous. Ou, se som dous, mas caminham ao mesmo passo, parece que é um só; também acredita a vista se os vê desde lonxe. Quando som muitas as cousas que se movem, âmbos os sentidos se enganam ainda mais. Tratándo-se do tamanho, acontece outro tanto: o que para a vista é pequeno, para o ouvido é grande, e ao revés. Com respeito à figura, o olho engana-se muito mais que o tacto, da mesma maneira que este se engana menos que aquel no referente ao tamanho. Às vezes, o que está perto parece muito lonxe à vista e ao ouvido, sobre tudo a este; em outros casos, é ao contrário. Non menos se engana o tacto em quanto à distância: se lhe presentamos, ainda que sexa de lonxe, algo grande e quente, xulga-o non obstânte cercano, a causa da grande impressón. Também com enorme frequência se engana o cheiro. ¿Para que dizer mais?: nada mais perto que os sentidos, nada mais enganoso que eles. ¿De qual te podes fiar? ¿Do ouvido? ¿Da vista? Em bom aperto te meto!
“Al Bunduquia”, para os amigos, unha cidade ancorada no meio dunha lagôa. O meu pai, non gostou, decía que cheiraba mal, mas, penso que o que o asustou verdadeiramente, foi a enorme aglomeraçón de xentes. Venetia, foi unha rexión administractiva do Império Romano, no ano 828 os piratas, tinham “traído” desde Alexandría o corpo de San Marcos o evanxelista. Durante séculos Venécia foi unha potência colonial, detentora de grande poder, como interlocutora previlexiáda de Bizâncio, da qual quería independizar-se. A influência oriental, os vínculos com Bizâncio eram muito fortes, e deixarom unha intensa marca, tanto no coraçón como na arquitectura. As Ilhas Rialtinas e Rivoaltus (Rialto), convertíron-se nunha grande potência económica e política, que chegou a dominar grande parte do Mediterrâneo. Chama à atençón, a sua grande beleza arquitectônica, comtempláda desde as gôndolas, San Marcos ou a Ponte de Rialto. Verdadeiramente impressionantes os centos de palácios e casonas que bordeiam os canais. Unha cidade singular, canais, palácios e igrexas, adoptáda de maneiras peculiáres em todos os estilos, teve talvés o seu apoxêo durante o século XVIII. A humidade o home e o tempo, fixérom estrágos abultádos. Actualmente, só resídem nela permanentemente, unhas setenta mil pessoas, mas muitos centos de milhares a inundam cada día, necessários para activar esta máquina de fazer dinheiro. Foi também a cidade de Marco Polo e a de Casanova, que frequentába o Florián e as masmorras do Palácio Ducal, através da Ponte dos Suspiros. Mostra os seus peitos xenerosos durante o “Carnaval” libertino de máscaras, que aínda teima em perdurar. Em 1797, após o seu último e grandioso canto do cisne, foi o último que se celebrou nunha Venécia dona de si mesma, libre de interferências extranxeiras. Os venecianos, celebrárom com o “Carnaval” a chegada de Napoleón, que os “recompensou”, aniquilando para sempre, qualquer atísbo de independência. Logo chegarom os austríacos, e mais tarde passou a formar parte do reino da Itália, criádo polos Saboya. Venécia, parasitária, provinciána, sublimemênte decadente. Venécia era o artificial vivente, convertido no natural, era a fruto maduro da árbore da intelixência humana. Venécia será o explendor e a calamidade da morte. A maleita torna-se metáfora da artificiosa beleza da maquilháxe, que alberga o nosso destino e o da civilizaçón que forxámos. A “Sereníssima” transformada num campo de batalha para turistas. ¿¿Onde se víu, labirinto tán cheio de xentes, que nunca perdem o caminho??
Definitivamente, había unha doutrina oficial e pública, acessíbel a todos, e outra autêntica e oculta, cuxas mensaxens e símbolos eram transmitidos apenas entre alguns escolhidos. No caso do cristianismo, por exemplo, o gnosticismo cristán sustentaba que Xesus tinha explicado apenas aos evanxelistas o autêntico significado das suas parábolas, significado que estes tinham mantido oculto aos demais, transmitindo-o de forma exclusivamente oral de pais para filhos. Unha verdade, portanto, que ia para lá do que podia ser entendido, de forma explícita, nos Evanxelhos (para uso do público em xeral). A relixión autêntica consistia, assim, em acceder a esse conhecimento oculto e reservado. Este saber esotérico constituía unha espécie de “mito total”, em que o iniciado descobría a verdadeira história do cosmos e do homem e o seu significado. Além das diferenças pontuais, as diversas formulaçóns do gnosticismo partilhabam um conxunto de temáticas comuns: a visón da criaçón (o mundo) como producto das forças do mal, o mito da queda da alma, como elemento divino aprisionado num corpo material, a promessa futura da chegada de um redentor e a victória final do Deus transcendental e do princípio do bem. Tratava-se, portanto, de unha concepçón pessimista e com forte coloraçón dualista: por um lado, o fragmento divino (alma) encerrado no corpo, por outro, o mundo criado e o próprio corpo como manifestaçón do mal. Porém, o conhecimento que a verdade gnóstica oferecia non era, simplesmente, um conhecimento intelectual, tinha também unha funçón salvífica. Ao desvelar a história e o sentido da criaçón, o “perfeito” descobria que a sua missón consistia na libertaçón dessa partícula divina através da práctica de um ideal ascético e purificador. Um caminho de perfeiçón que passava, sem dúvida, pola rexeiçón do mundo criado e do corpo e seus prazeres.
¡¡ Chico, Chico, do Caixiné. Quem te víu e quem te vê!! Olhai senhores, para esta Lisboa doutros tempos, ameaçada pola ignorância dos seus e a cobiça de extranhos. O Liberalismo, vai acabar contigo e com todos nós também.
Desta vez, a cousa foi diferênte, pois abandonamos os luxos do bom viver, para cair na vida comúm dos portugueses e dos turistas de pé descalzo.
Procuramos restaurantes populares de tradiçón portuguesa, tendo cuidado de evitar os negócios turísticos e os lugares de inspiraçón oriental.
Non vou dizer, que passámos fáme, porque non sería verdade, mas, quase.
A situaçón é mala, apesar da duplicaçón dos preços, quase non há um lugar decente onde se poida comer bem.
Non vale a pena falar destes restaurantes, nem dar-lhes publicidade, pois a mediocridade resulta xeral e absolucta. Somênte no “Corridinho Zaloio”, alá polas Travesseiras, conseguimos sair satisfeitos.
Aos cinquenta anos da “Revoluçón dos cravos” ou do “quartelázo militar”, que trouxo a “democracia” à Península. E propiciou, a integraçón definitiva das Espanhas baixo a órbita norte-americana, na Comunidade Europeia e na OTAN. Non há um lugar modesto onde se póida comer unha comida boa e saudável.
“¡¡Sabe mais o diábo por velho, que por diábo!!”, e sería ocasión para afirmar: “que o pobo está como o MFA”, isto é, âmbos totalmente desmantelados.
Embora de unha forma non totalmente clara, Hume tem ainda outro argumento reservado contra a credibilidade de qualquer milagre. Que um milagre sexa definido como unha transgressón de unha lei da natureza só pode significar – de acordo com o que se deduz do que estudámos da sua teoria do conhecimento – que é algo que non se axusta à nossa experiência uniforme no passado, estando, portanto, em oposiçón directa com as nossas expectativas sobre o curso da natureza no futuro. Porque, o que é unha lei da natureza senón unha expressón comprehendida do que observámos no passado? Se afirmarmos que “o Sol nasce todos os dias” é unha lei da natureza, que outra cousa queremos dizer que non sexa que o vimos sempre e que esperamos vê-lo amanha, depois de amanhá e assim sucessivamente? Imaxinémos agora que nos dizem que , em determinado dia do passado, o Sol non nasceu e hoube unha escuridón total na Terra durante oito dias, e que a testemunha a favor deste facto é de tal ordem que non podemos rexeitá-la. Estaríamos perante unha intervençón da divindade? Pode ser que sim, evidentemente. Mas também podemos pensar que se debe a algunha causa tán perfeitamente natural como, de momento, desconhecida. Desta forma, consideramos que, para admitir que um acontecimento é xenuinamente milagroso – isto é, que procede da intervençón directa da divindade -, teríamos de saber previamente que non pode ser explicado em funçón das leis da natureza que actualmente conhecemos, nem poderá sê-lo no futuro. E como podemos saber isto? Como poderíamos saber que o “milagre” em questón – é indiferente tratar-se da cura de um cego, da transformaçon da água em vinho, de unha escuridón total ou de outro exemplo qualquer – nunca vai poder ser explicado, nem mesmo após centenas de anos de investigaçón científica, de forma natural? Declarar que non existe unha explicaçón non parece senón unha afirmaçón dogmática que toma como definitivo o nível actual dos nossos conhecimentos sobre a natureza e a sua forma de agir. Sobre o absurdo dessa postura (e sobre as suas desastrosas consequências para o progresso científico) non parece necessário insistir. Aparentemente, quando nos convencemos que um acontecimento extraordinário ocorreu de facto, essa non constitui unha ocasión para proclamar alegremente que nos encontramos perante unha intervençón divina, mas para questionar os nossos conhecimentos científicos estabelecidos e iniciar novas investigaçóns. Apenas podemos concluir, portanto, que nunca poderemos convencer-nos da realidade de um milagre e que, consequentemente, o cristianismo carece de probas da sua verdade. Unha pessoa poderá ser cristán (ou acreditar em qualquer outra relixión revelada) por vários motivos, mas non, obviamente, porque a razón lhe diga que tem de o ser.