
“Al Bunduquia”, para os amigos, unha cidade ancorada no meio dunha lagôa. O meu pai, non gostou, decía que cheiraba mal, mas, penso que o que o asustou verdadeiramente, foi a enorme aglomeraçón de xentes. Venetia, foi unha rexión administractiva do Império Romano, no ano 828 os piratas, tinham “traído” desde Alexandría o corpo de San Marcos o evanxelista. Durante séculos Venécia foi unha potência colonial, detentora de grande poder, como interlocutora previlexiáda de Bizâncio, da qual quería independizar-se. A influência oriental, os vínculos com Bizâncio eram muito fortes, e deixarom unha intensa marca, tanto no coraçón como na arquitectura. As Ilhas Rialtinas e Rivoaltus (Rialto), convertíron-se nunha grande potência económica e política, que chegou a dominar grande parte do Mediterrâneo. Chama à atençón, a sua grande beleza arquitectônica, comtempláda desde as gôndolas, San Marcos ou a Ponte de Rialto. Verdadeiramente impressionantes os centos de palácios e casonas que bordeiam os canais. Unha cidade singular, canais, palácios e igrexas, adoptáda de maneiras peculiáres em todos os estilos, teve talvés o seu apoxêo durante o século XVIII. A humidade o home e o tempo, fixérom estrágos abultádos. Actualmente, só resídem nela permanentemente, unhas setenta mil pessoas, mas muitos centos de milhares a inundam cada día, necessários para activar esta máquina de fazer dinheiro. Foi também a cidade de Marco Polo e a de Casanova, que frequentába o Florián e as masmorras do Palácio Ducal, através da Ponte dos Suspiros. Mostra os seus peitos xenerosos durante o “Carnaval” libertino de máscaras, que aínda teima em perdurar. Em 1797, após o seu último e grandioso canto do cisne, foi o último que se celebrou nunha Venécia dona de si mesma, libre de interferências extranxeiras. Os venecianos, celebrárom com o “Carnaval” a chegada de Napoleón, que os “recompensou”, aniquilando para sempre, qualquer atísbo de independência. Logo chegarom os austríacos, e mais tarde passou a formar parte do reino da Itália, criádo polos Saboya. Venécia, parasitária, provinciána, sublimemênte decadente. Venécia era o artificial vivente, convertido no natural, era a fruto maduro da árbore da intelixência humana. Venécia será o explendor e a calamidade da morte. A maleita torna-se metáfora da artificiosa beleza da maquilháxe, que alberga o nosso destino e o da civilizaçón que forxámos. A “Sereníssima” transformada num campo de batalha para turistas. ¿¿Onde se víu, labirinto tán cheio de xentes, que nunca perdem o caminho??
LÉRIA CULTURAL