
Embora de unha forma non totalmente clara, Hume tem ainda outro argumento reservado contra a credibilidade de qualquer milagre. Que um milagre sexa definido como unha transgressón de unha lei da natureza só pode significar – de acordo com o que se deduz do que estudámos da sua teoria do conhecimento – que é algo que non se axusta à nossa experiência uniforme no passado, estando, portanto, em oposiçón directa com as nossas expectativas sobre o curso da natureza no futuro. Porque, o que é unha lei da natureza senón unha expressón comprehendida do que observámos no passado? Se afirmarmos que “o Sol nasce todos os dias” é unha lei da natureza, que outra cousa queremos dizer que non sexa que o vimos sempre e que esperamos vê-lo amanha, depois de amanhá e assim sucessivamente? Imaxinémos agora que nos dizem que , em determinado dia do passado, o Sol non nasceu e hoube unha escuridón total na Terra durante oito dias, e que a testemunha a favor deste facto é de tal ordem que non podemos rexeitá-la. Estaríamos perante unha intervençón da divindade? Pode ser que sim, evidentemente. Mas também podemos pensar que se debe a algunha causa tán perfeitamente natural como, de momento, desconhecida. Desta forma, consideramos que, para admitir que um acontecimento é xenuinamente milagroso – isto é, que procede da intervençón directa da divindade -, teríamos de saber previamente que non pode ser explicado em funçón das leis da natureza que actualmente conhecemos, nem poderá sê-lo no futuro. E como podemos saber isto? Como poderíamos saber que o “milagre” em questón – é indiferente tratar-se da cura de um cego, da transformaçon da água em vinho, de unha escuridón total ou de outro exemplo qualquer – nunca vai poder ser explicado, nem mesmo após centenas de anos de investigaçón científica, de forma natural? Declarar que non existe unha explicaçón non parece senón unha afirmaçón dogmática que toma como definitivo o nível actual dos nossos conhecimentos sobre a natureza e a sua forma de agir. Sobre o absurdo dessa postura (e sobre as suas desastrosas consequências para o progresso científico) non parece necessário insistir. Aparentemente, quando nos convencemos que um acontecimento extraordinário ocorreu de facto, essa non constitui unha ocasión para proclamar alegremente que nos encontramos perante unha intervençón divina, mas para questionar os nossos conhecimentos científicos estabelecidos e iniciar novas investigaçóns. Apenas podemos concluir, portanto, que nunca poderemos convencer-nos da realidade de um milagre e que, consequentemente, o cristianismo carece de probas da sua verdade. Unha pessoa poderá ser cristán (ou acreditar em qualquer outra relixión revelada) por vários motivos, mas non, obviamente, porque a razón lhe diga que tem de o ser.
GERARDO LÓPEZ SASTRE