
Recentemente, o filósofo espanhol José Luis Villacañas fez unha observaçón muito oportuna e desanimadora. Na Europa, som os intelectuais da universidade que se ocupam de Gramsci. Nos Estados Unidos, por outro lado, temos desde os anos setenta do século passado um Gramsci em estado práctico financiado polos principais poderes económicos. Som os famosos “think tanks”, “corpos de elite da intelixência social, que están bem identificados e treinados, financiádos e recrutados, pagos e promovidos, porque toda a xente sabe que ganhar a batalha das ideias é vencer a guerra completamente” (Villacañas, “La semântica de la crisis”). Actualmente, o pensamento neoliberal ganhou por completo a batalha pola hexemonia. Mas houbo um tempo em que non era assim, um tempo em que o “Keynesianismo” reinava sobre o sentido comum, nos meios universitários e de comunicaçón. Os “think tanks” que reverterom essa situaçón trabalharam durante décadas, financiados e encoraxados por poderosos interesses. Como é sabido, a crise do Estado Social, iniciada nos anos setenta, permitiu a Ronald Reagan e a Margaret Thatcher decretar que tinha chegado o fim do “Keynesianismo”. O economista Friedrich Hayek, que até esse momento tinha sido considerado um anarcocapitalista marxinal, recebeu o Prémio Nobel da Economia (1974), e os seus discípulos – entre eles Milton Friedman, outro Nobel da Economia (1976) -, os famosos “chicago boys”, iniciarom entón unha verdadeira revoluçón económica que acabaria por impor o modelo neoliberal à escala planetária. Tinha começado aquilo a que o xá citado economista John Kenneth Galbraith chamaria “a revoluçón dos ricos contra os pobres”, unha revoluçón que se mantém em vigor e que non parece haber maneira de terminar. O que agora nos interessa realçar é a grande importância que os intelectuais tiverom em todo este processo. É como se, de facto, se entendesse melhor até que ponto Gramsci tinha razón ao constactar quam a sério as classes dominantes tomárom as lutas ideolóxicas. E essas lutas forom protagonizadas por intelectuais orgânicos que sabiam muito bem que era impossíbel dominar de forma estábel e duradoura sem unha hexemonia cultural capaz de produzir a submissón voluntária da populaçón. Que Gramsci tinha razón podemos confirmá-lo através non só do uso que a esquerda está a fazer da sua obra, mas, sobretudo, pola forma gramsciana como se comportaram os amos do mundo, os poderosos que conseguiram consumar esta revoluçón neoliberal na qual estamos imersos desde os anos oitenta.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA