
Declínio da publicidade burguesa e erosón da individualidade. O confronto entre o ideal e a realidade da esfera pública burguesa, descripta por Habermas, evidenciou o seu lado obscuro. O relato habermasiano começa a afastar-se da época triunfante da “Öffentlichkeit” e um sinistro panorama começa a ser traçado à medida que nos aproximamos do século XX: “A publicidade parece ir perdendo a força do seu princípio à medida que se vai ampliando como esfera e minando o âmbito privado”. Derrubam-se os significados da autonomia que denotavam domínio e governo de si mesmo, autossuficiência e independência. O mundo burguês inicial sucumbe. O mapa do social sofre unha mudança decisiva: do público e do privado transitamos para o “social” e para o “íntimo”, categorias que correspondem ao diagnóstico da Modernidade que Arendt apresenta em “A Condiçón Humana”. O Estado e a sociedade “interpenetram-se”, a vida privada do burguês que incluía a família e a profissón agora bifurca-se: a família torna-se “íntima”, privatiza-se em extremo, e o âmbito do trabalho fica submetido aos imperativos funcionais das grandes organizaçóns. Face a estas transformaçóns, Habermas atenta nas suas consequências “subxectivas”: xá non se trabalha na esfera privada de outros, agora estabelece-se unha “relaçón de serviço” com unha grande empresa ou com um organismo estatal. O ideal burguês de profissón fende-se. A família, por seu lado, retrocede, perde funçóns que ván sendo assumidas polas instâncias públicas (educaçón e saúde). Fica reduzida a unidade de consumo e a proprietária dos rendimentos do trabalho. A autossuficiência de que o burguês se mostrava tán orgulhoso desaparece: o indivíduo fica entregue às decisóns empresariais, aos vaivéns do mercado laboral e às garantias do Estado social. O tempo que antes se dedicava à literatura e à política investe-se agora em consumo e lazer: “O que hoxe se costuma delimitar como ócio em contraponto com unha esfera profissional autonomizada tende a ocupar o espaço daquela publicidade literária em que, noutros tempos, esteve instalada a subxectividade surxida da esfera íntima da família burguesa”. O confinamento individualista intensifica-se. O público separa-se por completo do privado e perde-se de vista a possibilidade efectiva da participaçón política. Aparecem aquí, em embrión, os temas que conquistarám posteriormente todo o protagonismo em “Problemas de Lexitimaçón do Capitalismo Tardio” (1973). O indivíduo fica sem protecçón, perde a necessária distância e autonomia, por causa da massificaçón. Sem distância non há reflexón e sem reflexón non há autonomia. Ecoam aquí as preocupaçóns dos membros da Escola de Frankfurt: o carácter autoritário, a viraxem do Estado liberal para o totalitário, a estructura desequilibrada da família, o carácter pessoal sadomasoquista facilmente acessíbel à irracionalidade, a atomizaçón na sociedade, as mensaxens fabricadas dos meios de comunicaçón e a cultura de massas. A propaganda suplanta por completo o discurso público argumentativo.
MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO