
O home non tem nenhuma comunicaçón com o ser. A passaxem em Plutarco, na fiel traduçón de Amyot que Montaigne está a ler, ressoa: non temos nenhuma “participaçón” no verdadeiro ser. Mudança, movimento, passaxem, metamorfose conoctam o existente. Na sua transcripçón do fragmento de Plutarco, com um desvio voluntário de sentido, Montaigne substitui unha palabra-chave por outra: “comunicaçón em vez de participaçón”. Com esta mudança de sentido, xulga-se que Montaigne colocou a problemática sob a óptica da hermenêutica e non da ontoloxia. No lugar da questón ontolóxica do ser coloca a questón da “comunicaçón” com o divino; e no centro dos “Ensaios”, a problemática – analisada também noutros capítulos – da linguaxem enquanto “intérprete da nossa alma”. a palabra imaxem da mente (sermo imago mentis), e dos seus modos dialóxicos que som os modos dialóxicos da razón. Princípio que reafirma em “Da Arte de Conversar”: “centramo-nos na maneira, non na matéria do dizer”. Se, xustamente, Plutarco proporciona a chave para o conceito de razón céptica, o opúsculo confirma toda a sua importância para entender o cepticismo de Montaigne. O empréstimo do diálogo “pítico” de Plutarco revela ainda mais a dimensón heraclítica da ontoloxia de Montaigne: a razón non pode agarrar nada que sexa consistente e permanente, tudo ou está por ser e non está ainda completamente ou começa a morrer antes de nascer. O tempo é móvel, como sombra da matéria que, por sua vez, se move. Primeiro, hoube, haberá, há palabras que constituem a admissón do non-ser. Porque dizer o que é aquilo que ainda non se encontrou no ser ou que xá deixou de ser é um absurdo. A razón persegue (mas depois perde) a realidade sobre a qual se baseia a noçón de tempo (presente, instante, agora, “hic et nunc”). No momento em que a descobre, destrói-a: quebra-a imediatamente, dividindo-a em futuro e passado. A relaçón com Plutarco continua a ser ineludíbel para a definiçón apropriada do cepticismo “complexo” de Montaigne. O Plutarco céptico parece a Montaigne merecedor de muita atençón, começando pelo método. O método de Plutarco que aponta com o dedo o caminho a seguir, se se quiser (dilucidado em “Da Educaçón das Crianças” e retomado noutras partes), contém o princípio das “forças opostas” e encontra no próprio método montaigniano unha clara confirmaçón: a verdadeira instruçón produz-se mais polo contraste do que polo exemplo. Movimentos, palabras, imaxens, conceitos ou os próprios exemplos nutrem-se da contradiçón que os faz viver; títulos de capítulos prometem falar de algo e pregam o contrário: prometem falar da crueldade, mas pregam a clemência… Montaigne fica impressionado com a intençón de Plutarco narrar, por vezes, a mesma história de forma diferente, polo modo como frequentemente, apresenta o interlocutor com contornos esbatidos e também pola sua capacidade de apresentar um obxecto polo menos de duas formas, de forma diferente e contrária. Tudo isto é, exatamente, o que Montaigne procura na enerxia dinâmica entre os opostos, que deriva da comparaçón da diferênça, da dissimilitude e da diversidade, e prefere deixar para trás a similitude, a identidade, a conciliaçón. Non é por acaso que recorda que a vida é composta, como a harmonia do mundo, por cousas contrárias, assim como por tons diversos, doces e ásperos, agudos e baixos, suaves e graves. É necessário servir-se deles no complexo da vida e misturá-los, como os bens e os males, consubstanciais ao facto de viver. O ser do home – a sua existência – non pode subsistir sem essa mistura, em que unha parte é tán necessária como a outra. A intelixência do método de Plutarco consiste em procurar soluçóns para o que parece contrário. E encontra-se a conciliaçón da contradiçón na moderaçón. Montaigne descobre-o, sobretudo, no tempo, na non simultaniedade, no que non acontece ao mesmo tempo, em conclusón, na passaxem. De facto, o bordalês resolve precisamente com o tempo a contradiçón céptica: non só o vento dos acontecimentos o move segundo a sua inclinaçón, mas também ele próprio se move pola “instabilidade da sua postura”.
NICOLA PANICHI