
Passemos xá a tratar do meio interno, no qual se apresentam outras muitas dificuldades. Se com um dos olhos miramos para arriba ou o forçamos a olhar de travesso, as cousas aparecem duplicádas (ainda que Aristóteles tenha pensado doutra maneira). Por isso resulta surprehendente que quem padece estrabismo non vexa doble todas as cousas. Mas, daremos razón disto em “Examen rerum”. O mesmo acontece se, recostândo-nos de lado, temos diante de nós algúm corpo que nos tapa a vista do olho que fica mais baixo: em tal caso, o olho superior percibirá todas as cousas que están mais abaixo que dito corpo, mentras que o outro só verá o corpo, e non com nitidez, senón nebulosamente. De este modo, vendo com um olho as cousas que ficam detrás desse corpo, e com o outro o corpo mesmo, parece-nos estar vendo à vez dous corpos, um dos quais está sobre o outro. E experimentarás isto mais fácilmente se, movendo um olho cara ó ângulo exterior. percebé-mos as cousas que están desse lado; entón, ao voltar o outro olho no mesmo sentido, a nariz interpóm-se na visón e parece recubrir, à maneira de sombra, as cousas que vê o outro olho. Igualmente, se pôns um dedo entre os olhos, mas sem vê-lo, senón dirixindo a atençón ao que está detrás del ou aos seus lados, parecerá, non obstânte, duplo. Outro tanto sucederá se dirixes âmbos olhos para o naríz: tudo se verá duplo. Se movêmos um só olho, parece mover-se tudo o que se vê; incluso, de duas cousas que se nos apresentam, unha se move e outra está quieta. Resulta: que unha se move para a dereita e outra para a esquerda se, ao contemplar um libro fixándo-nos só nas linhas e sem lêlas, moves continuamente os olhos por sí mesmos sem axuda do dedo. A tudo isto se xunta ademais a situaçón dos olhos, que, por natureza ou por azar, están afundados ou som saltóns. Entre um caso e outro há unha grande diferênça na visón, que resulta ainda maior se um deles está afundado e o outro é saltón. Ademais, um está mais alto e outro mais baixo, entón acontecería um erro notório, mentras que no outro caso, quando âmbos olhos están afundados ou som saltóns, non há erro algúm. Com a situaçón tem que ver também a maior ou menor aproximaçón dos párpados, ou a sua abertura. Se vês unha lâmpada com os olhos meio pechados, aparecerám muitos raios que se dirixem para eles e que se movem segundo o movimento dos párpados; se os abres de todo, detenhem-se e non som tán longos. Basten estes casos como exemplos; a partir deles poderás barruntar e comprobar outros muitos. As côres varíam ao câmbio de posiçón do olho, non menos que ao mudar de posiçón a cousa que se vai ver o o seu meio; mas isto xá foi dito. Talvez tu non dás ningunha importância a tudo isto e pensas que non pode impedir a ciência. Mas a realidade resulta ser outra. Isto, em efeito, é o que movéu a aqueles a duvidar de tudo quanto se mostra aos sentidos e a acreditar que as côres non están nas cousas mesmas, senón que é a luz que as cría e as modifica. De tudo isto xá falámos noutra parte, como verás, mas vamos ao essêncial.
FRANCISCO SÁNCHEZ