
O arcebispo de Paris nega-se totalmente a autorizar um funeral relixioso e é preciso recorrer a unha estrataxema para sepultá-lo na Abadia de Sellières, perto de Troyes. Também non se oficiam as exéquias fúnebres que lhe correspondem como membro da Academia, porque os franciscanos recusam fazê-lo e o rei se abstém de intervir. Por outro lado, o bispo de Genebra impede igualmente a realizaçón de qualquer acto em Ferney. Por isso, só se celebra unha missa em Berlim, apoiada por Frederico II da Prússia, e outra cerimónia promovida por D’Alembert na Loxa das Nove Irmáns. Quando, xá em ruínas, a Abadia de Sellières ía ser vendida, procedeu-se em 1791 à trasladaçón do seu sarcófago para o Panteón. A onze de Xulho de 1791, um cofre de ouro continha os setenta volûmes das obras escritas polo herói do dia. O túmulo era conduzido por doze caválos e continha um sumptuoso sarcófago. Unha inscripçón dizia: “Vingou Calas. Poeta, filósofo e historiador que nos preparou para sermos libres”. Esse cortexo fúnebre passou diante das Tulherias. O que pensariam entón Luís XVI e Maria Antonieta ali encerrados? Essa pompa e circunstância implicavam também o funeral do seu mundo, daquele Antigo Rexime no qual, diga-se de passaxem, o nosso protagonista se sentiu à vontade. A igrexa de Saint-Geneviève, rebautizada como Panteón, acolheu os seus restos mortais nunha das primeiras grandes festas cívicas da Revoluçón Francesa. Que durante sessenta anos foi chamada de “Voltaire”.
ROBERTO R. ARAMAYO