
No que a nós diz respeito, Platón herdaría de Parménides o racionalismo (isto é, o descrédito dos sentidos e da experiência como fonte de conhecimento, prerrogativa exclusiva da razón) a tendência para identificar ou confundir linguaxem e pensamento com a realidade e o conceito de que o real para ser real debe ser eterno e imutábel. ¿O que é a realidade? Acabámos de ver como a filosofía imediatamente anterior a Platón se debatia entre o “pluralismo e a mutabilidade”, tal como parecia manifestar-se na realidade exterior, e o “monismo” radical de Parménides, ao qual parecía conduzir inevitabelmente o pensamento racional. Platón tentará unir os elementos de âmbas as posiçóns nunha síntese superior que dê razón tanto à multiplicidade da experiência como às esixências de imutabilidade e estabilidade que impunha o raciocínio puro. Para tal, criará a sua célebre teoria das Formas. ¿Formas ou Ideias? “Em tudo o que xá foi dito anteriormente, referimo-nos sempre à doutrina de Platón como teoria das Formas, e non como teoria das Ideias, o outro nome polo qual é tanto ou mais conhecida. Non se trata de que a segunda denominaçón sexa menos correcta do que a primeira, pois Platón utiliza âmbos os termos indistintamente e até costuma utilizar mais o segundo do que o primeiro. Mas sendo as duas denominaçóns absoluctamente lexítimas, preferimos falar de Formas em vez de Ideias, para evitar um certo anacronismo que podería levar-nos a interpretar de modo erróneo o pensamento de Platón. De facto, é de fundamental importância sublinhar que quando Platón fala das Ideias non se está a referir a unha criaçón da nossa mente, ao resultado de um processo mental (em resumo ao que hoxe em dia costumamos referir-nos com o termo “Ideia”). As Ideias platónicas non som abstraçóns ou constructos de um suxeito pensante (o resultado de eu, o Ego ou o “Suxeito Transcendental” que pensa). Som entes reais, existentes independentemente de haber um suxeito que os pense ou vexa: som “cousas”. Neste sentido, utilizar o termo “Forma” é mais claro e induz menos a confusón.”
E. A. DAL MASCHIO