
A sua indagaçón à história da sexualidade, que tal como em “A Vontade de Saber” fica programada nas suas linhas mestras, recorre também ao quadro retórico que foi esboçando nos seus textos anteriores. Também aqui denuncia a sexualidade como unha invençón recente e imaxina igualmente o final das suas prerrogativas. No entanto, trata-se de um quadro xeral, lonxínquo. O que lhe interessa especialmente agora, neste texto de introduçón à sua história, é estabelecer a pertinência da sua investigaçón. E fá-lo questionando um tema essencial, que é para ele furiosamente contemporâneo: o que afirma que, com a ascensón histórica da burguesia, com a modernidade, o sexo foi obxecto de unha repressón sistemática; que a estratéxia política que foi adoptada em relaçón à sexualidade foi reprimi-la. Para Foucault, esse lugar comum baseia-se nunha série de supostas evidências que deberiam ser questionadas. Lança entón três perguntas: É a repressón do sexo unha evidência histórica? A forma como o poder é exercido nunha sociedade como a nossa é através da repressón ou da negaçón? Existe unha ruptura histórica entre a época da repressón e a da crítica da repressón e a conseguinte proclamaçón da emancipaçón sexual? Na desconstruçón destas questóns, rapidamente se tornarám evidentes as razóns que o levaram a contestar assim o lugar-comum, traçando um plano de interrogaçón diferente em cada unha das suas perguntas. A primeira pergunta é histórica e para a responder Foucault deverá analisar de novo a massa verbal que acompanha o nascimento dos discursos sobre a sexualidade. E o que reterá de importante nesta análise é a constataçón do seu crescimento exponencial, a sua proliferaçón e a sua infiltraçón progressiva noutros domínios discursivos. A partir de um determinado momento, e com um estímulo crescente, a sexualidade começou a instituir-se como aquilo que debe ser conhecido e aquilo que debe ser pensado. A partir deste ponto de vista, o que estaria aqui em curso seria um mecanismo de incitaçón à (lidar com) sexualidade, non de restriçón.
MIGUEL MOREY
