
París pôs diante dos seus olhos outro palco, o de um mundo onde o feudalismo tinha sido derrotado, primeiro em 1789-1794 e, definitivamente, na revoluçón de Julho de 1830. França era a pátria da revoluçón, lugar para onde os revolucionários dirixiam o olhar e onde, de maneira voluntária ou forçada, muitos deles acabavam exiliados. Na París do momento, consequência do desenvolvimento do capitalismo, desarrolhavam-se novas lutas, agora dos trabalhadores contra as suas condiçóns de vida miserábeis e as suas xornadas de doze e até de quinze horas. Os trabalhadores viviam do trabalho, e também os capitalistas, como comprehenderia depois Marx, convencido de que o segredo dos males sociais habitava na sociedade civil, e que a alma desta era a produçón, começou a estudar os economistas da escola clássica, unha tarefa que se prolongaria por toda a sua vida. Non demorou muito a saber que o centro da vida económica capitalista era o trabalho. A mesma burguesia tinha-o dignificado e sacralizado, pensando-o como meio de realizaçón da natureza humana; o próprio Hegel, à sua maneira abstracta, tinha-o posto como meio para o desenvolvimento do espírito, como o momento da obxectivaçón, da alienaçón, nessa dialéctica para a sua autoconsciência que, aliás, criava o mundo histórico. Tudo, pois, parecia empurrar a sua reflexón para o trabalho. Se na Alemanha a filosofia vivia na ágora, nas cátedras, xornais e círculos literários, agora voltava o seu olhar para o mercado, para os lugares mais terrenos dos interesses e das lutas pola sobrevivência. A deslocaçón non é unha simples mudança do obxecto, do campo social que é necessário comprehender; a ampliaçón do campo da alienaçón humana da relixión e do estado à esfera económica implicará o início de um novo caminho para a libertaçón, que se costuma denominar “caminho materialista”. Identificada a orixem do mal social, ainda que de forma intuitiva, com a produçón capitalista, Marx iniciou a sua “crítica da economia política”, lugar onde se expressava a consciência do capitalismo. À medida que lia, tomava notas, acrescentava comentários, enchia quadernos de ideias. Os desta época conhecem-se como “Manuscritos de Economia e Filosofia” (porque também incluiem leituras e anotaçóns sobre Hegel), ou simplesmente “Manuscritos de 1844”. O mais extenso e suxestivo dos económicos trata do trabalho alienado, também som interessantes as reflexóns sobre a propriedade privada.
JOSÉ MANUEL BERMUDO