
Tocqueville e Stuart Mill anunciam o crepúsculo da esfera política burguesa. O privado converte-se em lugar de “mera fruiçón”, terreno propício para a autorrealizaçao, para o libre exercício da individualidade. A autorrealizaçón privada começa a ganhar o xogo à autonomia pública e introduz os “males do privatismo”. Tocqueville, ainda fascinado polo modo de vida aristocrático e exposto ao modelo político iluminado pela Revoluçón Americana, detecta o fenómeno da “desertificaçón do político”. A política xá non suscita o entusiasmo da participaçón, como até se percepciona como um pesado ónus que distrai das ocupaçóns privadas. Todo o espírito heroico, todo o afán de excelência, fica suspenso pola “paixón pelo material”. O retiro para o privado, o individualismo, produz non apenas “isolamento” como também “estranheza” face aos outros: ”o calor” e “a intensidade” entre as pessoas esbate-se e apenas resta apatia e desespero, unha corrida louca por unha “felicidade fantasmagórica”, um “desexo desfocado”. Toda a ideia de solidariedade como apoio aos outros e adesón activa à esfera pública desvanece-se. Vislumbra-se a possibilidade de um novo despotismo facilitado pola renúncia ao público por parte de uns indivíduos debilitados nas suas pessoais angústias privadas. Em paralelo com este diagnóstico dos males do privatismo, Habermas assinala que Stuart Mill e Tocqueville desmascaram a publicidade burguesa e reconhecem a necessidade de ampliá-la mediante a extensón da igualdade política a todos aqueles que estavam excluídos: mulheres, negros e trabalhadores. O liberalismo radicalizado non pode permanecer impassíbel perante “a aristocracia do dinheiro, do sexo e da cor”, perante “a democracia minoritária dos possuidores de mercadorias”. Os indivíduos, entregues aos seus negócios privados e à mera fruiçón, renunciaram a pensar por si mesmos, abandonaram o esforço de constituir unha opinión própria através da deliberaçón pública. Como resultado, o espaço público desmorona-se e a opinión pública torna-se tirana. A delimitaçón liberal entre o público e o privado torna-se movediça e fráxil. E, a este declínio da esfera pública, à sua desativaçón crítica, seguir-se-á, correlativamente, a erosón da individualidade.
MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO