
Mas ainda restava unha última reviravolta do destino, que faria com que “As Provinciais” fossem mais apreciadas polos seus futuros leitores: em 1657, Roma incluíu-as na lista das obras prohibidas. Sobre esta condenaçón, Pascal escreverá mais tarde nos seus “Pensamentos”: O silêncio é a maior perseguiçón. Nunca os santos se calaram. É verdade que é preciso vocaçón, mas non é com os Decretos do Conselho que devemos aprender se alguém é chamado, mas com a necessidade de falar. No entanto, unha vez que Roma falou e se pensa que condenou a verdade, e que o escreveu, e que os libros que se pronunciaram contra som censurados, é preciso gritar tanto mais alto quanto mais se é censurado inxustamente e quanto mais violentamente se quer sufocar a palabra, até que venha um papa que ouça as duas partes e consulte a antiguidade para fazer xustiça (…). Se as minhas cartas som condenadas em Roma, o que eu condeno nelas é condenado no Céu. ”Add tuum, domine Jesu, tribunal appello” (…). Para termos unha ideia da popularidade que “As Provinciais” atinxiram na sua época, basta referir que algunhas delas chegarom a circular por Paris em mais de dez mil impressóns, um número inusitado para o século XVII. Na entrada “Libelo” do “Dicionário Filosófico”, o seu autor, Voltaire, um dos filósofos mais importantes do Iluminismo, afirma o seguinte: Há libelos políticos, teolóxicos e literários. Nas épocas da Liga e da Fronda abundaram os líbelos políticos, e cada controvérsia com Inglaterra produziu-os às centenas. Escreverom tantos contra Luís XIV que se podia fazer unha enorme biblioteca. O orbe católico conhece líbelos teolóxicos há cerca de mil e seiscentos anos; líbelos que som os piores porque están cheios de inxúrias sagradas. Como proba disso leiam Santo Jerónimo e ván ver como trata Rufino e Vigilantus, mas os polemistas que escreveram depois dele ainda se excederom mais nos vitupérios. Nos últimos tempos, os libelos escritos polos molinistas contra os jansenistas provocarom algum escândalo, e há milhares deles. Da indignidade de toda essa confusón, só se salva unha obra: ”As Provinciais”, de Pascal. Mas o apreço que Voltaire sentia por esta obra de Pascal non acaba aqui, xá que no “O Século de Luís XIV” deixou escrito: ”Non há unha única palabra nelas que, cem anos depois, se tenha ressentido da mudança que altera com tanta frequência as línguas vivas. É preciso remeter esta obra para a época do nascimento da linguaxem”. Desta forma, Voltaire afirma que “As Provinciais” de Pascal contribuíram para fixar o francês moderno. Mas debemos destacar que o apreço que Voltaire expressou por esta obra foi a única concessón que lhe fez, xá que foi muito duro para com a sua filosofia, e chegou até a ridicularizá-la.
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE