
Nascida no calor do sonho expansionista do imperador macedónio Alexandre Magno (que deu nome à cidade no século IV a. C.), a Biblioteca de Alexandria aspirou a ser um compêndio exaustivo do saber de todas as épocas e culturas sobre a terra. Embora os números sexam discutíveis, poderia ter albergado 700.000 volûmes por volta do século I a. C., o seu momento máximo de esplendor. Foi a partir de entón que começarom as desgraças. No 47 a. C., o xeneral romano Xúlio César foi encurralado nunha zona próxima, durante os distúrbios a causa da sucessón ao trono exípcio, e unha porçón substâncial de volûmes arderom no combate. Se bem que as perdas tenham sído parcialmente repostas, a decadência do Exípto trouxo a precaridade à instituiçón, que se foi agravando com as ocupaçóns e os ataques sofridos pola cidade no século III por parte da tropa romana, implacábeis quando eram chamados para conservar os seus territórios. O golpe de misericórdia, no entanto, foi desferido polas relixións. A biblioteca do Serapeu, concebida para albergar unha selecçón dos tesouros literários de Alexandria, foi devastada em 391 por fiéis fanáticos do patriarca cristán Teófilo, exaltados após a proclamaçón do cristianismo como culto oficial do Império. Xá no século VII, durante a expanssón árabe sobre terras de Bizâncio, o califa Omar tería mandado destruir por completo os restos da biblioteca (agora mais povoada de tratados cristáns). A um xeneral culto que non se via com forças para dar tal ordem, o califa ditou unha sentença que se tornou célebre pola sua infâmia: “Se esses libros están de acordo com o Corán, non temos necessidade deles, e se contrários ao Corán, debem ser destruídos”.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO
