
A VIDEIRA MOSCATEL
Quem queira que tenha disfrutado dum cacho de uvas moscatel, reconhecerá sem dificuldade um vinho de moscatel, o sabor é único e inconfundíbel. Com uvas negras, roxas e outras brancas, os vinhos que produze som portânto muito variábeis e ván desde os brancos espumântes até aos vinhos xenerosos, ricos e densos. Pode ser a mais antiga de todas as videiras, antepassada das outras formas de “Vitis vinifera”. Tudo isto é indemostrábel, mas, sabemos que xá se cultivaba moscatel (ou algo parecido) na Grécia antiga e que unha das variedades descríptas polo escritor latino Plinio, era moscatel. Na actualidade continua cultivando-se em Grécia, Crimea e Marselha, entre outros muitos lugares. Aínda que a família das moscateles, conta com mais de duzentas representantes, a moscatel branca de vagos pequenos está considerada como a melhor. Esta variedade aprecía os climas muito calurosos, onde se fabrica um vinho doce natural, e está bem representada em Itália e Espanha, assim como noutros países mediterrâneos.
LUGARES ONDE SE PODE ENCONTRAR

Moscatel muito velho, “Toneles” é um dos mais grandes vinhos do mundo, unha xóia escassíssima, que impôn a sua classe e a sua potência entre todos os catadores de primeiríssima fila, que o probam, xá sexa como colofón de unha cata dos mais selectos pagos, da Côte d’Or, dos mais prestixiosos Châteaux bordeleses, ou das melhores colheitas de Vintage Ports. As escalas deste vinho están compostas por unhas dozenas de toneles que venhem a desembocar nunha só bota final, que culmina a “Solera”. A sua idade média non se pode estabelecer com exactitude, mas polas suas características organolépticas e também pola história da “solera”, podería superar os setenta e cinco anos. De ela som extraídos os aproximadamente oitenta litros de vinho que cada ano som embotelhados. Os vinhos som doces e viscosos, com elevada densidade e escaso contído em água (a metade ou mais da sua composiçón é azúcar), non empapam a madeira das botas. Isto fai que, à diferênça dos vinhos secos submetidos a criânça oxidativa, a perda de etanol por evaporaçón sexa superior à pérda de água por ósmose através das duelas das tinalhas, assím que o seu gráu alcohólico vai disminuíndo paulatinamente ao longo do tempo, até chegar finalmente a um ponto de equilibrio. Pode consumir-se até dentro de cem anos.
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Gutiérrez de la Vega é unha bodega familiar situada em Marina Alta, dentro da denominaçón de orixem Alicante, onde Felipe, a sua mulher Pilar e os seus três filhos trabalham em duas casas antigas do poboado de Parcent. Os seus vinhos procedem de um total de 15 hectáreas de videiras dispersas entre poboados cercanos. Felipe dedicou-se à elaboraçón do vinho desde 1973, mas non o comercializou até 1984. Hoxe ofertam quatorze vinhos, algúns com nomes evocadores como: William Blake, María Callas, Donizetti, James Joyce, Viña Ulises, Rojo y Negro, Furtiva Lágrima e Casta Diva. Gutiérrez de la Vega, modernizou exquisitamente a tradiçón hispana dos moscateis doces. O Casta Diva Colheita mel de 2002, rebautizado Reserva Real, é obxecto de coleccionismo por haber sído servído no casamento dos Príncipes das Astúrias. De atractiva côr dourada, oferta essências de mel, cítricos, espécias e figos. Muito doce de paladar, rico e aveludado, com final longo, poderoso e seductor. Um vinho feito para a felicidade!
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A península Ibérica reúne unha boa representaçón de vinhos fortificados, como o Porto, o Xeréz e o Madeira, sem esquecer o Moscatel de Setúbal. José Maria da Fonseca, productor importânte, com unha adega de mais de duzentos anos de antiguidade. O moscatel de Setúbal é elaborado de forma muito similar aos “vins doux naturels” do Sul da França: é fortificado o mosto de moscatel parcialmente fermentado com alcohol neutro de alta graduaçón, com o obxecto de matar a levadura e preservar um alto nível de azúcar natural da uva. Estes vinhos acostumam ter pouca acidez, polo que a maior parte dos moscateis de Setúbal som “blends”, com um reetiquetado como “Setúbal”. Non obstânte, aínda quedam algúns moscateis puros, onde están os melhores vinhos de Fonseca, tal é o Moscatel Roxo de vinte anos. De viva côr âmbar média, com tôns verdes de envelhecimento, nariz encantadora de passas com caramelo e trazas de mondaduras tostadas. Paladar doce, mas com a frescura que lhe dá a sua equilibrada acidez. Um vinho para disfrutar como aperitivo ou acompanhar sobremessas.
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Telmo Rodríguez é o vitivinicultor mais famoso da Espanha. Trabalhou na adega familiar de Remelluri, na Rioja, até que decidíu elaborar o seu próprio vinho, fundando a Companhia de Vinos Telmo Rodríguez em 1994. Ao buscar de modo inexorábel zonas e vinhos esquecidos, interesado em preservar tradiçóns e em salvar velhos estilos e rexións. Unha vez ouvíu falar Hugh Johnson acerca de um vinho máxico doce de Málaga, e non puido sacá-lo da cabeza. Foi até lá, e falou com todo o mundo. Recorreu os poucos vinhedos malaguenos que ficabam, seleccionou os melhores e experimentou. Finalmente, com a colheita de 1998, nasceu o primeiro Molino Real Mountain Wine. As uvas moscatel, cultivadas nas empinadas ladeiras de pizarra de Cómpeta, em Málaga, secadas ao sol para concentrar o azúcar. Depois de vinte meses em barricas de carbalho novo françés, o vinho está replécto de notas florais, fruta e espécias exóticas. De unha belíssima côr dourada, e muito fino e elegante de aroma, alberga notas lácticas e balsâmicas. Ao degustá-lo em boca é denso mas de corpo médio, com dulzura bem compensada pola acidez final.
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No seu libro “Wine: A life Uncorked”, Hugh Johnson cita unhas velhas garrafas de “vinho de montaña” da bodega do duque de Wellington que comprou num leilón. O bodegueiro Telmo Rodríguez e o seu importador norteamericano Jorge Ordóñez, decidirom resuscitar este estilo especial de vinho malagueno. Axudado por Pepe Ávila, de Bodegas Almijara, explorarom as colinas de pizarra de Málaga e comprárom videiras de moscatel de raízes profundas e resistêntes às sequías. Ordóñez nomeou enólogo ao austríaco Alois Kracher (falecído em 2007). Na primeira vendíma de 2004, fabricarom cinco vinhos numerados: Nº 1 Selección Especial, elaborado com uvas muito maduras recolhidas nas próprias videiras. Nº 2 Victoria, com uvas desecadas nunha câmara de clima controlado. Nº 3 Old Vines, macera as melhores destas uvas desecadas com a pulpa e com um crianza de um ano. Nº 4 é Essencia. O vinho Nº 3, é dotado de muito corpo e intensamente rico, que possee unha grande acidez, incríbel dozúra e maravilhosos sabores de avelán, marmelada, café e damáscos. Se acaso puidéra, bébao por puro fedonismo, depois de comer, como se fosse unha sobremessa.
LÉRIA CULTURAL.













