
Voz estranha, o primeiro de Dezembro de 1919. Encontrando-me eu doente a causa de um grande mal. Pouco mais ou menos, sobre as duas da madrugada, depois de ter despertado duas vezes. Tán pronto como acordei, ouvim perto de mim, unha voz que me dixo: ¡Olá Manuel! A referída voz, non me era conhecída. E a terceira noite, voltou a aparecer-me e a repetir por terceira vez, mas desta non tán clara xá. Eu quedei com o pensamento sobresaltado, e o meu corpo estaba exânime. Passando escravidón e terríbeis disgrácias, que com a axuda da bendita misericordia de Deus, logrei superar. O dia vinte e oito de Agosto, fún ao Socorro de Oliveira, e o dia trinta a Vigo, para tomar os banhos. A primeira noite, vem o “Spírito malo”, para molestar-me. Pagaba eu daquéla seis pesetas por noite pola cama. A segunda noite, díxo-me unha mulher de Filgueira, que marcha-se sem pagar, a causa de unha zaragata que tivéra com a pousadeira, por culpa de uns cartos que faltarom. Mas, ao fim, os cartos acabarom por aparecer. De todas as maneiras eu marchei sem pagar. Cheguei ao Porrinho no tranvía, e aproveitei para visitar o “Spiritísta” do Porrinho (Mos), chamado Senhor Juan do Roxo (impostor). O dia dez de Septembro cheguei a Pontareas, e non houbo um cristiano, que me dera pousada pagando. Partín entón a pé, cara a Santiago de Oliveira, onde arrivei perto das dez e meia, pernoitando num coberto que tinha a Flora. Como poderám ver os meus leitores, nem as disgrácias, a falta de fortuna ou o azar, conseguírom acabar conmigo. A pousada de Vigo, era no 37, penso que rua de Santo Tomé, e a taberna onde comía José Guil, rua alta nº 9. O dia dezasseis de Septembro de 1920, fún a Matamá, e encontrei as ovelhas no milho, chegou depois a velha para as botar fora, e atirei-me a ela no meio do milho. Mas, marchou como veio, poque a potência cesou. Logo, chegou o neto e mordeu-me unha mán, polo qual tivem que dar-lhe dous lapotes. Entón, para rematar a faena, voltou a senhora e saltou a alarma xeral.
MANUEL CALVIÑO SOUTO