
A crítica de Hume à noçón de existência necessária é muito breve e consiste apenas em mostrar que tal noçón non tem qualquer significado, porque em “questóns de facto” – e a existência é unha questón de facto – o contrário nunca implica contradiçón e é, por isso, sempre possíbel. Assim, sexa o que for que concebamos como existente também podemos conceber como non-existente. Daquí resulta que non há qualquer existência necessária (isto é, unha existência cuxo contrário non seria possíbel) e, por consequência, também non há qualquer prova “a priori” da sua existência. Além disso, admitindo, por hipótese, a possibilidade de seres necessariamente existentes, o próprio universo pode, tanto quanto Deus, ser o ser necessariamente existente. Afirma-se frequentemente que o universo non pode ser o ser necessariamente existente debido à continxência da matéria. Mas um argumento exactamente idêntico a este pode ser aplicado também a Deus. O que pode fazer a sua non-existência parecer impossíbel som certas qualidades que desconhecemos. No entanto, afirma Hume por intermédio de Cleantes, nada impede que essas qualidades pertençam à matéria. Como som desconhecidas, non é possíbel probar que som incompatíveis com a matéria e, portanto, non é possíbel probar que a matéria non pode ser necessariamente existente.
DAVID HUME (DIÁLOGOS SOBRE A RELIXIÓN NATURAL)