
Neste cenário idealista, que para Russell foi mais Kantiano que hegeliano ( pois Russell, tal como Kant, preferia construir os todos a partir das partes, contrariamente ao conceito hegeliano de que a parte só se explica no todo), escrebeu o “Ensaio sobre os Fundamentos da Geometria (An Essay on the Foundations of Geometry), como tese de licenciatura, no qual mantinha unha posiçón transcendental que ia para além do idealismo kantiano e defendia unha estructura espacial externa assente nos princípios da xeometria proxectiva e da xeometria métrica (Kant defendia que os princípios da xeometria se baseavam em estructuras internas da sensibilidade, sem referência a nenhuma realidade externa). Aqui aparece xá o que será a principal preocupaçón da sua obra epistemolóxica: como passar de descripçóns baseadas em perspectivas individuais a unha estructura obxectiva do espaço. As invariâncias e congruências da xeometria proxectiva e métrica forneciam-lhe, nesse momento, a ideia para resolver este problema, que é a passagem do conhecimento privado para o conhecimento público. O estilo transcendental que Russell adoptou nesta investigaçón pretendia estabelecer as condiçóns de possibilidade do conhecimento xeométrico e, por extensón, as da ciência. Para isso precisava de encontrar princípios para qualquer teoria de um campo que fosse experimentábel. Como costuma acontecer nos argumentos transcendentais, as condiçóns de possibilidade (princípios) que se postulam non podem estabelecer que som as únicas possíbeis para qualquer teoria. Um argumento transcendental explica que non podemos usar um conceito a menos que se verifiquem determinadas condiçóns, ou no nosso esquema conceptual (princípios) ou na própria realidade (realismo transcendental). Russell estaba convencido do pressuposto da unicidade e da unidade do conhecimento que o hegelianismo à moda inglesa prometia, embora, mais tarde, tenha sido esse o ponto central da sua crítica ao idealismo. O interessante desta etapa de formaçón é mostrar a sua preocupaçón, como muito depois a dos positivistas lóxicos influênciados por ele, com a unidade das ciências. Russell procuraba um sistema de abstraçao das qualidades sensoriais das ciências particulares para encontrar princípios xerais que posteriormente, nunha tarefa de síntese, fossem suficientes para dar conta das teorias particulares sobre cada campo. Este movimento de elevaçón analítica e descida sintéctica, com o obxectivo de constituir unha espécie de pirâmide do conhecimento humano, será unha das linhas centrais do pensamento de Russell e unha das que mais influenciariam a filosofia contemporânea.
FERNANDO BRONCANO