
As primeiras manifestaçóns da prosa propriamente dita non se apresentam como afirmamos, até chegar ao século XIII. Mas logo (o mesmo que tinha sucedido na poesía com os temas guerreiros, líricos ou de aventuras), o românce, ao comezar esta centúria, vai substituindo ao latím nas colecçóns de apólogos, tratados douctrinais e morais, e obras históricas. O feito é transcendental. “Com a prosa (escrebe Ángel del Río) nasce um novo espírito e abrem-se à literatura medieval novos campos: a ciência, a história, o pensamento. Até aquí o didactismo da poesía culta limitára-se à exposiçón de temas relixiosos e a divulgar unha visón semifabulosa das culturas antigas. O novo didactismo da prosa alfonsina trai, em câmbio, um propósito de conhecimento científico do mundo e da história (até onde hoxe podemos conceder valor científico à mentalidade do medioevo), xuntamente com unha actitude doutrinal e moral encaminhada a dar modelos de conducta ao home nos seus diferentes estados”. A importância que tem nesta transformaçón a cultura árabe é extraordinária. Castela converte-se no centro intelectual do mundo arábigo, e a escola de traductores de Toledo, vem a constituir-se no lazo de unión das três culturas: a hebreia, arábiga e a latino-eclesiástica. Os modelos árabes, sobre tudo, influien nos textos românces e determinam a sua orientaçón. Alfonso o Sábio, como veremos em seguida, foi o grande impulsor da prosa castelán, que com ele adquere o seu primeiro momento de rango e qualidade. Mas antes del, durante o reinado do seu pai Santo Fernando, aparecem algunhas produçóns em prosa, carentes de autêntica finalidade e importância literária, mas que preparam o caminho para a grande obra do rei Sábio. Estas primeiras manifestaçóns da prosa podem dividir-se em dous grupos: obras de tendência didáctico-doutrinal, e obras de forma narrativa. Destacam entre as primeiras: o despiadado e incluso procaz “Diálogo o Disputa del cristiano y el judío” (comêços do século XIII) talvés, o texto mais antigo em prosa vulgar. Tema chamado a ter grande difusón na literatura medieval europeia, baixo a forma de debates entre individuos de diferênte relixión; os “Diez Mandamientos”, obra de um fráde navarro (primeira metade do século XIII), espécie de manual para auxilio de confesores; “El libro de los doce sabios o Tratado de la nobleza y lealtad”, no qual um grupo de sabios instruie a um xovem rei sobre os seus deberes, forma esta muito característica dos libros orientais e repetidamente utilizada nas obras espanholas da época; “El Libro de los cien capítulos” (que non tem mais que cinquenta), colecçón de máximas morais e políticas destinadas à formaçón non só dos reis, senón também de toda pessoa em xeral, onde aparece por primeira vez na prosa espanhola a forma (ainda rudimentária) do apólogo. Deste libro, composto em tempos de Fernando o Santo, como todos os anteriores, foi extraído durante o reinado de Alfonso X “Las Flores de Filosofía”, libro de clara influênça senequista. Também merecem citarse o “Libro de los proverbios, atribuidos a filósofos griegos, latinos y árabes”; o “Bonium o Bocados de Oro”, seguramente anterior ao reinado de Alfonso X, em que se utiliza a ficçón novelesca da viáxe de um rei persa à India em busca da sabedoría, para enhebrar diversas sentênças de filósofos orientais, gregos e latinos e algunha biografía exemplar; e o “Poridat de poridades (Segredo dos segredos), floriléxio assim mesmo de proverbios morais e normas de conducta, de procedência arábiga. Entre as obras de forma narrativa ocupa um lugar de grande importância o “Libro de Calila e Dimna”, que Alfonso o Sábio mandou traduzir do árabe para castelán sendo ainda um infante. Este libro é unha colecçón de fábulas indias, procedentes na sua maior parte do “Panchatantra”, recolhidas por um médico do rei persa Cosroes I, e traduzida para árabe perto do ano 750 por Abdalá Ben Almocaffa. Lixeiramente posterior debeu ser a redacçon do “Sendebar o Libro de los engaños et los asayamientos de las mugeres”, colecçón de contos de orixem indio, vertídos ao persa e deste para árabe. Foi mandado traduzir para castelán polo infante don Fadrique, em 1253 (irmán de Alfonso X). O arzobispo de Toledo, Rodrigo Jiménez de Rada, escrebeu a sua “De rebus Hispaniae” num latím cuidado, notábel historiador anterior a Alfonso X.
J. L. ALBORG