
O golfo da Vizcaia, recebeu-nos bem e a “Gironde” axita os seus lados, ranxe, voa para deitar a âncora frente à Pauillac antes do anoitecer. Ao lonxe, entre as marxens do rio, que começam a borrar-se perdídas nas sombras, vêmos chegar duas lanchas a vapor. Desde fai duas horas, a metade dos pasaxeiros están com o seu saco na mán e cobertos com o chapeu alto, ao que um mês de liçênza fixo recuperar a sua forma circular e que, ao voltar ao serviço, deixa na fronte aquela marca cruel, roxa, que o famoso capitán Cutler, de Dombey and Son, obstentaba eternamente. Unha lancha, é a da axência. Mas, ¿a outra? Para nós, ¡oh! infelices, que fixémos um telegrama de Lisboa. pedíndo-a, a fim de proporcionarnos dous prazeres inefábeis; primeiro, evitar ir com todos, os seus enormes baúles, os seus papagaios, as pipas, etc… ; e segundo, para pisar terra vinte horas antes que o comúm dos mortais. O patrón do vaporcinho lança um nome, respondo, reuno os amigos, aproximo-me de algunhas senhoras, para oferecer-lhes um sítio na minha nave, que recusam pesarosas, um apretón de máns a algúns oficiais da “Gironde”, que fixérom grata a travesía e a viáxe. É um sensualismo animal, se se quere, mas non vivo nas etéreas alturas da inmaterialidade e aquela cama grande, vasta, de lençois de linho suave e fresco, o silêncio das ruas, o chán inmóbil, dán-me unha sensaçón delicada. Ao abrir os olhos de manhám, entra o meu secretário. Conhece Burdeos do revés e do direito; xá víu o teatro, os Quinquonces, xá trepou às torres, baixou às criptas e visitou as mômias, esteve na aduana e sabe que funçón se dá essa noite em todos os teatros. E, entretanto, ¡eu dormia! El non o concebe, mas eu sim. Á tarde anûnciei que vou ficar a repousar um par de dias em Burdeos, e unha nube cubre a sua cara xuvenil. Está obsesionado por París; parece-lhe que o ván sacar de onde está, que vai chegar tarde, que é mentira, um sonho de convençón, axustado entre os homes para dar volta à cabeça a meia humanidade… Assim, ¡que brilho naqueles olhos, quando lhe proponho que marche para París essa mesma noite, com algunhs companheiros e que me espere alí! Titubea um pouco; indo de noite, non verá as campinhas da Turena, Angulema, Poitiers, Blois, ¡mas París! ¡E vibrante, ardoroso como um páxaro a quem dán a liberdade, embarca, com a alma rebosando cheia de himnos.
MIGUEL CANÉ (1881 – 1882)