
Para respondermos à habitual crítica do empirismo (como é possíbel criar conceitos de realidades que non existem como tal na realidade, um centauro, unha camisola de um clube de futebol com o emblema de outro, ou um elfo) ou de realidades abstractas non sensoriais “espaço”? – teremos de passar ao próximo parágrafo. Naturalmente, a capacidade de produzir conceitos xerais é inacta, mas a sua realizaçón esixe dous tipos de experiência: a do mundo exterior (dados sensoriais) e a dos processos mentais interiores (autoconsciência, percepçón de parâmetros estructurantes, como os de semelhança, analoxia, transposiçón, composiçón, contraposiçón). Com a impressón (percepçón passiva) nasce o conceito, o pensamento (criaçón activa). Mas é normal, quando andamos há algum tempo neste mundo, que se desenvolva algunha capacidade para aplicar conceitos às impressóns, para combinar diferentes impressóns entre si e para fazer derivar novas ideias a partir de outras ideias. Isto demonstra bem o lado racional do estoicismo: o pensamento funciona num contexto lóxico, que pressupón impressóns sensoriais, mas que non se reduz a elas. O ser racional possui unha capacidade inacta para estabelecer e reconhecer conexóns. O conhecimento, obviamente, non se limita à percepçón de obxectos sensíbeis: também implica a construçón de conceitos xerais. À semelhança dos epicuristas, os estoicos defendem a ideia de que a partir da sedimentaçón de lembranças repetidas de impressóns iguais ou parecidas, a intelixência elabora ideias abstractas sobre estas, constrói conceitos xerais sobre unha multidón de indivíduos iguais ou semelhantes. Deste modo, pode chegar a conclusóns sobre o home, os animais, a democracia, e assim sucessivamente. Quem disser que a maioria das pessoas non está mais preparada para pensar do que para voar (estexa certo ou errado), chega a esta conclusón a partir de unha longa exposiçón (ou sobre-exposiçón) às capacidades racionais e voadoras dos seus semelhantes, non o deduziu à marxem da experiência. O mundo é unha estructura global organizada por um “logos” ou razón universal (como veremos unhas páxinas mais à frente), e a razón humana pode captar essa ordem. Essa afirmaçón do pensamento racional ligado à estructura racional do mundo demonstra por que razón a lóxica estoica pertence plenamente ao conxunto da filosofia, ao contrário, como xá observámos, da aristotélica, que é externa e prévia a esta. Non se trata apenas de o pensamento correcto ser indispensábel para conhecermos a realidade, como diria qualquer pessoa sensata, mas de que a própria razón humana passa a ser identificada com a razón universal: a estructura do pensamento reflecte isomorficamente a estructura do universo. O racionalismo epistemolóxico (confiança na capacidade cognoscitiva da razón) e o racionalismo metafísico (confiança na ordem racional da realidade) están fundidos no pensamento estoico e fundamentam, como veremos, o racionalismo ético: o princípio de que temos de adaptar os próprios actos, a própria vida à natureza do universo, conhecida através da razón.
J. A. CARDONA