
Quando no conciliábulo de Rímini, celebrado no ano 359, subscribírom alguns prelados unha profissón de fé arriana, saltou um notábel escândalo no orbe cristán, e muitos bispos excomulgarom aos prevaricadores. Lucifero, bispo de Caller em Cerdenha, foi mais lonxe, e negou-se a comunicar com os arrianos nem a recibí-los em modo algúm a penitência. Sostída com pertinência esta opinión, realmente oposta ao espírito evanxélico, que non quer que o pecador morra, senón que se convirta e viva. Nasceu unha seita mais cismática que heréctica, a qual foi refutada por Santo Xerónimo no diálogo “Adversus Luciferianos”. Algúns quixérom supor que Santo Gregorio Bético pertencéu a esta seita, apoiados no libelo de Marcelino, do qual dei notícias quando falei de Osio; na carta de Eusebio Vercellense, peça a todas luzes apócrifa, e finalmente em estas palabras de Santo Xerónimo: Lucifer Calaritanus Episcopus moritur, qui cum Gregorio Episcopo Hispaniarum et Philone Lybiae, numquam se Ari, anae miscuit pravitati. Resulta de aquí que Gregorio e Filón non se misturarom com os arrianos, nem caírom na sua impiedade, mas non que acordaram com Lucifero negarlhes a penitência. De Lucifero só, non dos demais, prosegue afirmando Santo Xerónimo: Ipse a suorum communione descivit. Non sei que pensar do presbítero Vicente, cuxa história se conta assim no libelo dos luciferianos: “¡Quanto sofreu em Espanha Vicente por non consentir a maldade dos prevaricadores, nem querer seguí-los nela, e por ser da comunhón de Santo Gregorio! Foi acusado primeiro ante o gobernador consular da Bética. Acudiron logo um Domingo, com grande multidóm, à igrexa, e non encontrarom a Vicente, que xá suspeitaba e tinha anunciádo ao pobo o que podía acontecer… Mas eles, que vinham preparados para a vinganza, por non deixar sem emprego o seu furor, golpearom com estacas a certos ministros do Senhor, que non tardarom em expirar”. Contam, logo os autores do libro que aqueles arrianos prenderom a alguns dos principais da cidade e matarom a poder de fáme e frío a um deles que se mantívo na fé. Autores deste tumulto, e ainda da profanaçón da igrexa, forom os dous bispos Lucioso e Higino. A plebe retirou-se com Vicente e levantou templo aparte num caminho perto da cidade. Com o qual, irritados de novo os maus bispos, chamarom em sua axuda aos decurións e à plebe, e, dirixindo-se à capela recêm fundada, quebrarom as portas. roubarom os vasos sagrados e puxérom o altar cristán aos pés dum ídolo. Tudo isto debe ser história arranxáda polos luciferianos à medida do seu desexo, pois em ningunha outra parte há notícia de semelhantes atropelos, nem se diz em que cidade aconteceu. Houbo um Higinio, bispo de Córdoba, que foi famoso no tempo dos priscilianistas. O presbítero Vicente ou Vincencio resulta tán obscuro, que non há por que deter-mo-nos na sua vindicaçón, quando faltam dactos suficientes e non podemos afirmar nem negar que fosse luciferiano. Pouco importa. De algum dos relatos anteriores habemos de inferir que xá por estes tempos había arrianos na Espanha; mas non se conservam mais notícias que as indicadas, e por isso non lhes dedico capítulo aparte. Neste momento pois, quando a discordia crescía entre os nossos bispos e se afloxába o lázo de unión entre as igrexas; quando o grande Osio tinha xá morto e os seus sucesores se batíam em encarnizada guerra, e arrianos e luciferianos convertíam em campo de batalha o templo mesmo, e de África chegabam ventos donatistas, levantou a cabeça o priscilianismo, a primeira das grandes calamidades que tívo que superar a Igrexa espanhola no longo e glorioso curso da sua história.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO