
Hoxe em dia, resulta difícil compreender que um autor como Weininger tivesse tal influência em Wittgenstein. Mas o certo é que essa leitura de adolescência marcou profundamente tanto as suas experiências de vida como o seu pensamento filosófico. Por exemplo, a sombra de Weininger parece estar por trás de alguns comportamentos de Wittgenstein nas suas relaçóns amorosas em particular, explica a sua ideia da oposiçón entre amor e desexo sexual, os quais estariam, respectivamente, em relaçóns inversa e directamente proporcionais à proximidade física do ser amado. Desta forma, na obsessón de Wittgenstein em escreber unha autobiografía influiu o carácter superior que Weininger atribuía ao home que sentia a necessidade de escreber a história da sua vida de forma obxectiva, com o propósito de mostrar a sua essência tal como era, com a mais absolucta aceitaçón, sem renunciar ao mal. Em Cambridge, também consideravam complicado entender a simpatia de Wittgenstein face a Weininger, recomendando a leitura de “Sexo e Carácter” tanto a colegas como a estudantes. A. Moore disse que a grandeza de Weininger residia em non se estar de acordo com ele, afirmando que “grosso modo”, apesar de estar muitíssimo enganado, acrescentando o sinal da negaçón, o libro dizía unha importante verdade. Pondo entre parênteses os comentários de Weininger sobre a mulher, interpretando metaforicamente a polaridade que estabeleceu entre o masculino e o feminino e prestando atençón, por outro lado, ao que afirmava acerca do carácter psicolóxico do home, podemos compreender o que, da sua postura, pôde interessar a Wittgenstein. O home possuía a capacidade de escolher entre a consciência e a inconsciência, entre o bem e o mal. O ser “humano” tem o deber ético de escolher entre ambos os polos e quanto mais forte foi a sua aposta no primeiro, mais perto estará do mais elevado, do xénio, do cume da moralidade. Weininger fez da obtençón do xénio um imperativo categórico. Ou xénio ou morte. Como pensaba que non era capaz de superar as suas tendências sensuais, de ter unha vida espiritual plena e rigorosa, nunha mostra de coherência última entre filosofia e vida, suicidou-se. É impossíbel non nos lembrarmos dessa tremenda tessitura weiningeriana quando unha pessoa encontra nos diários pessoais de Wittgenstein afirmaçóns que evidenciam o profundo desprezo que, em certas ocasións, sentia por si próprio, em particular face àquilo a que ele chamava a sua indignidade moral. Vexamos esta entrada do diário que o acompanhou durante a Grande Guerra: “De vez em quando transformo-me num animal. Entón, non penso noutra cousa que non sexa comer, beber, dormir. Terríbel! E, entón, também sofro como um animal sem a possibilidade de um auxílio interior.”
CARLA CARMONA