
Desta vez, os Deuses non nos forom favoráveis. Um temporal de ventos fortes, bramou durante toda a noite, teimando em levantar o telhado polos aires. Depois, também, a puntualidade espanhola logrou retrassar a viáxe duas horas mais. Apesar de tudo, a desconexón da vida do quotidiano resultou ser total. Dadas as circunstâncias da partída, as ganas de comer, aparecerom à altura de Aveiro, e non podíamos desperdizar a oportunidade de unha “Caldeirada de Enguías” na Praia da Torreira. Debído ao tempo desapacíbel, os melhores restaurantes estabam pechados, a causa do qual aplicámos a regra de “quem tem boca, vai a Roma”. Entramos num restaurante popular, bastânte concorrido polos “Últimos dos reformados” e xentes hispânas viaxeiras. As enguías non eram das melhores, nem das mais gordas, mas saímos satisfeitos e contentes, pela comida agradábel e saudábel (Sopa, Enguías e Manga laminada).



Entrámos em Lisboa pelo rio e deixámos o carro estacionado na “Terminal de Cruceiros” do Campo das Cebolas. E, baixo unha chuva quente, levámos as malas a pé, até ao largo de S. Domingos, centro de reunión da diáspora africana, para falar das cousas da terra. O largo estaba quase deserto, pois a chuva correu com todos eles. Tivem também a extranha sensaçón de que o centro da cidade era muito menos ruidoso que antes.

Essa mesma noite da chegada, sentim saudades da “Sopa de Pato”, do “Tia Matilde”, que estaba simplesmente divina. O “Tía Matilde”, é um bom restaurante, e non é demasiado caro, no qual se pode comer dunha maneira bastânte saudábel (Dupla Sopa de Pato, Pataniscas com arroz de grelos, Perdiz e Manga laminada):



Para ir ao “Tía Matilde”, aconselho tomar um taxi, porque a Rua da Beneficiência é um lugar complicado para quem non conhece. Fica perto da Fundaçao Gulbenkián, mas do outro lado da linha do comboio.

O dia seguinte, fomos tomar o pequeno almorço à “Confeitaria Nacional” da Praça da Figueira. Um lugar tradicional da Baixa Pombalina, cheia de história, encanto, e fabríco próprio.

O dia seguinte, sempre é dia de grandes passeios, lugares, recordaçóns passadas e xente amada que ficou para trás. E xá sabemos, como estas emoçóns abrem muito o apetite. Non sabemos bem como, mas fomos parar ao “Gambrinus”, que xá non é aquel doutros tempos, em que Gabino Gil levaba a comer a Torrente Ballester, mas, apesar de careiro non está mal de todo. Este restaurante sempre teve unha boa cozinha, mas, os tempos som complicados e um turismo de massas acaba por dar cabo de tudo. Désta vez comemos no balcón da entrada, mas, há pequenos detalhes que podem deitar a baixo um prestíxio de décadas:

Ésta sopa era boa, mas necessitaba ter o dobro do volûme, e ser servída nunha cunca em condiçóns, que non aumente a sensaçón de penúria.

Cataplana de marisco e peixe (garoupa), bastânte correcta. Manga lamináda e café de balóm.

O café, parece ser que non era certamente um “Malongo do Sul de Minas”.

De tarde, partímos para Sintra, para visitar o “Palácio da Regaleira”, a quinta do Monteiro dos Milhóns, um banqueiro doutros tempos. E logo de seguída o “Palácio dos Sete Áis”, onde a monarquía portuguesa se rendeu a Napoleón, e lamentábelmente depois, escapou para o Brasil escoltada polo inglês.

De noite, depois de muito buscar, para diante e para trás, tivémos que ir ao “Estoril Mandarim”. A verdade é que levaba anos querendo visitar este restaurante de mais de vinte anos de vida. É o lugar ideal para levar amântes e amigas. Fica no mesmo Casino do Estoril, enfrente dos xardíns, e o lugar é para cair as bragas.

A recepcionista é encantadora! Boa moça, alta, bonita (unha flor do loto), elegante e bem faláda. O local é desafogádo, pode-se falar sem incomodar os do lado, e temos cem pratos chinêses ao nosso dispor. É certo que a cozinha chinêsa é unha das duas melhores cozinhas do mundo, xunto com a francêsa, e bem merece um lugar deste caládo e beleza. É o lugar onde os orientais residentes em Portugal, celebram as suas cerimónias familiares.

Para a “Cozinha Chinêsa”, como para muitas outras cousas, reconheço a minha mais completa ignorância sobre a matéria. Habería que frequentar o local com mais constânça, e ir pedindo pratos diferêntes para saber o que é bom ou non, armado de unha paciência celestial. Ou fazer como nós, ir perguntando ao empregado de mesa, qual é o caminho a seguir:

Primeiro, foi unha sopa deliciosa (Won-Tun), que foi o melhor com diferênça que aquí comémos. Logo uns (Crepes à Cantonês) fritos, que non estabam nada mal. Depois, (Gambas salteadas) similáres às “al ajillo”. E, como prato principal (Pato assado à Pequim), o cuxo non me gostou demasiádo, mas, non obstânte, nos deu de comer a todos. A sobremessa foi (Tapioca com leite de coco), e (Barco de Banana).

A Laurinda, que foi um dos nossos descobrimentos recentes, era a cozinheira da “Flor do Carmo”, o restaurante que tinha o Albino da Rosária na esquina do Quartel do Carmo (famoso pelo quartelazo do 25 de Abril). Tem um restaurante modesto, mas muito limpo, e dado que os restaurantes bons que antes había em Lisboa, están em processo de extinçón, pensamos que ela era a soluçón para esta crise actual. Chamámo-la sempre dous dias antes, e pedímos-lhe que faga o que nós queremos:

Desta, foi, um “Caldo de Couve Lombarda”, muito tradicional e familiar. Um “Cherne com batatas no forno” e melón. Ameaçamos, seriamente com voltar um dia, como Pedro Homem de Melo, ainda que nos chamem traidores!

LÉRIA CULTURAL