
A VIDEIRA MERLOT
A Merlot é para os vinhedos bordeleses da marxem dereita, o que a Cabernet Sauvignon é para os Médoc da ribeira esquerda. É a clave dos grandes vinhos tintos de Saint-Émilion e do Pomerol. O seu papel fundamental está nas misturas de certos vinhos ilústres (como o Pétrus). A um nível mais modesto, a merlot cultiva-se abundantemente no sul da França, onde aparece cada vez com mais frequência nas etiquetas dos vinhos do país, e também no norte da Itália. Muitas pequenas denominaçóns bordelesas, levam mais Merlot do que Cabernet. Está também presente no Médoc, porque madura antes que a Cabernet sauvignon, mas isto também a expón às xeádas primaverais; por outra parte, sofre alteraçóns da côr e corre outros perígos, até ao ponto de que em determinados anos, pode non produzir practicamente nada.
SÍTIOS ONDE SE PODE COMPRAR (OS AFORTUNADOS)

França, Burdeos, Pomerol. Vinho tinto seco, com 13,5 % vol. Uvas de Merlot 95% e Cabernet franc 5%. Pétrus convertiu-se num vinho lexendário. Xá fai um século alcanzaba preços altíssimos. A família Loubat foi a proprietária a partir de 1925, mas os Moueix acabarom sendo os axentes exclusivos de Pétrus em 1943, com o qual iniciarom unha larga associaçón com os proprietários, até ao ponto de que os Moueix (secretamente) se convertírom em acçionistas maioritários em 1969. Se o castelo em sí é vulgar, como acostuma acontecer no Pomerol, non pode afirmar-se o mesmo dos vinhedos. Pétrus ocupa mais da metade de unha extensón de vinte hectáreas de terrenos arxilosos azulados, com um marcado conteúdo de ferro. Só unha hectárea de Pétrus se encontra sobre terrenos de grava. É um vinho poderoso e de muito longa vida, mais polas videiras e o terreno, que pola labor do home. Encontra-se num pedazo de terra soberba e os propietários do vecinho Château Gazin, que em 1969 venderom quatro hectáreas de vinhas a Pétrus, batem com a cabeza contra as paredes, polo feito. Nunca é um vinho brutal nem concentrado, como o testemunha este de 1989. Ainda hoxe, a côr dá mostras de ter evolucionado pouco, e o poder do vinho fica patente no naríz, sendo sumptuoso e com aromas de carbalho, mas dunha elegância exenta de falsas pretensóns. No paladar apresenta sabores frutais voluptuosos, e ainda que os taninos som poderosos, o acabado resulta exquisito e brilhante, elegante ademais de maxestuoso.
.

França, Burdeos, Pomerol. Vinho tinto seco de 13% vol. Feito com uvas Merlot 80% e Cabernet sauvignon 20%. Michel Rolland é tán conhecido como enólogo, que resulta fácil esquecer que el e a sua família poseen terrenos na ribeira dereita do Burdeos. O mais conhecido é Le Bon Pasteur, em Pomerol, propriedade da família desde fai três xeraçóns. Como é habitual em Pomerol a finca está formada por várias parcelas, ainda que o Château em sí encontra-se na aldeia de Maillet, no limíte da denominaçón. Algunhas das melhores parcelas de vinha están bem situadas perto de Gazin e L’Evangile, outras zonas som mais arenosas. Non é de extranhar que Rolland aplique as suas técnicas standard ao seu próprio vinho: colheita ecolóxica, vendima tardia, ainda a risco de recolher frutos demasiado maduros, selecçón cuidadosa na adega, non esmagar a uva. A técnica de Borgonha do bazuqueo (afundar o bagaço) utiliza-se para o Merlot, e a bodega está equipada com unha moderna prensa vertical. Polo menos um oitenta por cento de roble novo para a crianza, que também passa pola fermentaçón maloláctica em roble novo. O resultado é um vinho xeneroso e com corpo accessíbel e agradábel quando se bebe novo, ainda que envelhecerá bem a meio prazo. O de 2005, está especialmente bom, com aroma a cereixa, folha de menta e roble, o paladar é a um tempo, voluptuoso e muito concentrado. Non obstânte, vale a pena destacar que o de 2005, para Le Bon Pasteur, tem um preço elevado, mas essa qualidade, ainda que sexa lixeiramente menos espectacular, também se pode encontrar em colheitas anteriores.
.

Até meiádos da década de 1980 L’Angélus (Angélus, desde 1990) era unha finca de St.-Emilion bem considerada que rara vez facía um vinho especial. Non obstânte, desde a sua primeira colheita em 1985, Huber de Boüard de Laforest, axudado polo seu primo Jean-Bernard Grenié, lograron um ascenso de “grand cru classé” para “premier grand cru classé” em 1996. Angélus tivo unha boa série de colheitas na década de 1990, que culminarom na excelente anhada de 2000. Trata-se de um vinho de grande estructura, profundidade e taninos. Nas catas temperáns de barrica, parecía quase excessivo, xá que cheiraba e sabía como um Amarone, mas desde entón o vinho assentou-se para evocar o sabroso “terroir” de Angélus. Igual que Cheval Blanc, Angélus é unha mistura de Merlot e Cabernet franc; nas colheitas recentes deu-se unha lixeira preferência à Merlot, ainda que a colheita de 2000 é unha colheita equilibrada. Depois de unha âmpla cata, Serena Sutcliffe MW escrebeu: “Nunca podo escapar (nem desexo facê-lo) da imáxe da campana do Ángelus de Millet, tanhendo sobre os campos ao abordar unha garrafa de vinho do mesmo nome. Há algo eterno na imáxe que evoca: como o mesmo vinho”.
LÉRIA CULTURAL