
Xá vimos, na primeira parte deste capítulo, que as experiências muito pessoais de Popper na adolescência e na primeira xuventude o levarom primeiro a tornar-se um marxista entusiástico e, depois, um crítico decidído do marxismo. No entanto, passariam vinte anos até Popper pôr por escrito as suas reflexóns sobre estes temas. Daí surxiríam “A Pobreza do Historicismo” e “A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos”. Os dous libros contêm unha crítica sistemática ao marxismo, mas non só, como veremos. Simplificando um pouco, o primeiro é de carácter mais metodolóxico e o segundo de carácter mais ético-político. Comecemos polo primeiro. O que entende Popper por “historicismo”? Trata-se de unha determinada filosofía da história, cuxo princípio central é que o desenvolvimento da humanidade é rexído por leis universais, que determinam de forma necessária os sucessivos estádios desse desenvolvimento. Assim, como tudo o que acontece no universo físico é rexído por certas leis universais da natureza, também o desenvolvimento da sociedade humana seria rexído por determinadas leis históricas. Num e noutro caso, as leis concretas defendidas som, como é natural, de conteúdo muito diferente, mas unhas e outras seríam igualmente inflexíveis e invioláveis. Pois bem, o “historicismo” comete um erro profundo porque parte de um pressuposto completamente falso, o de que há leis da História, e no entender de Popper tais leis simplesmente non existem. E isso é assim debido ao carácter intrinsecamente libre, indeterminado, da acçon humana. Popper non nega a possibilidade de estabelecer leis empíricas ao estudar os fenómenos sociais, leis que poidam ser submetídas a probas empíricas. Mas som leis, por assim dizer, de baixo nível de xeneralidade. Inclusivamente, dá alguns exemplos de tais leis sociolóxicas ou económicas; por exemplo, toda a revoluçón social traz consigo unha reaçón, ou non se pode pôr em práctica unha política de pleno emprego sem inflaçón. Mas, é claro, as modestas leis que expressam xeneralizaçóns empíricas de baixo nível, acerca de certos fenómenos sociais e políticos, non som as leis totalizantes de validade universal em que o historicista pensa e que rexeríam todo o desenvolvimento da humanidade. O mais característico do historicismo é pretender, através das suas supostas leis de alcance universal, non só explicar o que aconteceu até ao momento na história da humanidade, mas também prever os seus estádios futuros, por exemplo, o estabelecimento definitivo de um Estado perfeito (Hegel) ou da sociedade sem classes (Marx). Segundo Popper, contudo, essas previsóns som espúrias, carecem inteiramente de base científica. Na realidade, non som previsóns, mas profecias e, como tal, expressón de unha forma de superstiçón. Marx, por exemplo, foi um bom cientista quando analisou a sociedade capitalista da sua época, mas tornou-se um profeta quase relixioso, quando espalhou a ideia de que em breve habería unha sociedade sem classes.
C. Ulises Moulines