
Hume pensava que habia dificuldades insuperábeis que impediam a defesa do carácter razoábel da crença na verdade da revelaçón cristán (ou de qualquer outra relixión revelada). Unha relixión revelada é aquela cuxas doutrinas se apresentam como procedentes de unha manifestaçón ou comunicaçón directa da divindade aos homes. Isto apresenta imediatamente um problema: como podemos ter a certeza de que aquilo que se declara revelado é de xenuína procedência divina e non, por exemplo, fruto do desexo de determinados indivíduos de nos enganar ou das suas mirabolantes fantasias? Dito de outra forma, e pensando nunha pessoa que se sinta orgulhosa da sua conducta racional, como podería convencer-se de que está a fazer bem ao aceitar o que lhe é apresentado como revelado por Deus? O cristianismo encontrou resposta a esta pergunta nos milagres. Um milagre é um facto sobrenatural, algo que transgride as leis da natureza e que, portanto, está claramente para além do poder de executar dos homes: ressuscitar um morto, caminhar sobre a água, multiplicar pán e peixe, etc… A pessoa que realizar tais acçóns terá de ser considerada necessariamente depositária de um poder que Deus lhe deu. Se manifestar que esse mesmo Deus lhe revelou determinada doutrina, que outra opçón terá senón acreditar? De acordo com isto, e segundo relata o Evanxelho, um fariseu chamado Nicodemos disse a Xesus: “Mestre, sabemos que Deus te enviou para nos ensinares. Ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, se Deus non estiver com ele”. Ou como escreveu um autor anterior a Hume: “A verdade da doutrina de Xesus Cristo ficará suficientemente provada se as questóns de facto que nos som contadas nos Evanxelhos forem verdadeiras, porque os milagres, se forem verdadeiros, garantem a verdade daquilo que foi comunicado.” Portanto, aceitar a realidade histórica dos milágres narrados na Bíblia suporía reconhecer a verdade do cristianismo. Ora bem, temos razóns que nos induzem a acreditar na autenticidade desses milágres ou, polo contrário, um home razoábel tem de rexeitar as testemunhas que nos falam deles?
GERARDO LÓPEZ SASTRE