
Lourenço de Medici morreu em 1492 e isto fez com que a partida de xadrez italiana desse unha reviravolta. Ludovico, “o Mouro”, naquela ocasión governante deposto de Milán, convidou as tropas francesas a atacarem os seus inimigos e a seguirem caminho para, assim, reclamar o reino de Nápoles. Punha-se, desta forma, fim ao pacto de non agressón planeado em Florença. Pedro de Lourenço, o filho que sucedeu ao “Magnífico”, teve de se contentar em passar à história como “o infortunado”, pois, apenas dous anos após suceder ao seu ilustre pai, um novo actor estranxeiro intervinha nos assuntos internos de Florença: o rei Carlos VIII de França. Perante a determinaçón deste último em atravessar a Península Itálica de norte a sul, o Medici mostrou-se incrédulo e indeciso – um dos piores vícios do governante, na opinión de Machiavelli – e adiou o mais possíbel a decisón de tomar partido. Quando finalmente se viu obrigado a pactuar com os franceses a passagem das suas tropas, teve de aceitar condiçóns muito desfavorábeis para o seu governo. Entre as hesitaçóns incluía-se nada mais nada menos que a cidade de Pisa; e, com a sua passividade, pôs em xeque o comêrcio marítimo da cidade (passará mais de unha década até Florença recuperar esta ligaçón tán vital). Na opinión do nosso firme protagonista, non fazer nada, mostrar-se passivo, também é fazer algunha cousa: normalmente, dar vantaxem ao inimigo. Porque “non se debe permitir a continuaçón de unha desordem para evitar unha guerra, porque ela non é evitábel, antes se dilata, com prexuízo próprio”. Para Machiavelli, non é aconselhábel manter-se neutro e tentar ganhar tempo a todo o custo, unha vez que a política é unha arte de acçón e determinaçón. A reaçón dos cidadáns de Florença contra Pedro de Lourenço por causa da péssima negociaçón com os franceses non se fez esperar. Os Medici foram obrigados a exilar-se, pondo fim aos primeiros sessenta anos de domínio ininterrupto sobre a política florentina. A este respeito, Machiavelli insiste na sua obra que o príncipe que quiser manter-se no poder debe evitar, com todo o empenho, despertar o ódio dos cidadáns. Caso contrário, o seu principado será destruído sem remédio, como aconteceu a esta família, nobre e banqueira, obrigada a fuxir.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO