
Em 1917, com a França a sofrer o terríbel desgaste da guerra de trincheiras, este filho de um polaco e de unha inglesa é enviado para Washington em missón diplomática secreta. O seu obxectivo é claro: usar toda a sua autoridade moral como filósofo para convencer o presidente Woodrow Wilson, do Partido Democrata, sobre a necessidade de unha intervençón “total” (e non testemunhal, como pretendia boa parte da opinión pública norte-americana) por parte dos Estados Unidos na contenda. Até à derrota “completa” da Alemanha, a cuxos habitantes urxe mostrar que non som invencíbeis e que a via da força bruta, além de ser moralmente corrosiva, é pragmaticamente errónea. Durante um encontro meticulosamente orquestrado na Casa Branca, Bergson trata Wilson como o rei filósofo de Platón e apresenta os Estados Unidos como a Siracusa sonhada. Se na Europa o ideal político da razón debe fazer frente a contrapoderes obscuros como a tradiçón e a história, a naçón norte-americana foi, por outro lado, fundada na sua totalidade sobre a Razón e as ideias. Há, além disso, unha razón xeopolítica de peso, se non intervir agora, non terá autoridade moral para liderar a futura Sociedade das Naçóns (que precede a actual ONU), Na qual se garantirá a paz na ordem mundial do pós-guerra. Usa unha fórmula do próprio Wilson, “peace without victory (“paz sem victória”), para lhe fazer ver que non haberá conquista territorial de qualquer tipo. Apenas unha intervençón cirúrxica e samaritana que o mundo inteiro saberá reconhecer. No dia 2 de Abril de 1917, um mês e meio depois da reunión, Wilson proclama a necessidade da guerra. Bergson escrebe em “As Minhas Missóns”, o único texto non filosófico cuxa publicaçón autorizou: “foi unha exaltaçón quase relixiosa, comparábel à das primeiras Cruzadas. Vivi horas inesquecíveis. A humanidade aparecia-me transfigurada. Sobretudo a minha França adorada (…), a França tinha sido salva. Foi a maior alegria da minha vida”. O fim da guerra, a victória aliada e o crescente perfil político que Bergson deu à sua figura obrigam-no a tomar decisóns dolorosas, como a sua retirada do ensino aos sessenta anos. Em 1922, é nomeado presidente da Comissón Internacional de Cooperaçón Intelectual, equivalente da futura UNESCO na recém-criada Sociedade das Naçóns. Aí contribui para criar as bases dos primeiros intercâmbios universitários europeios (as futuras bolsas Erasmus), a criaçón de índices bibliográficos padronizados e o diálogo contínuo entre intelectuais de todas as naçóns, cuxas boas relaçóns debem ser a vanguarda da ansiada paz nunha Europa arrasada e carcomida polo ódio. Após várias recusas, o alemán Albert Einstein, considerado o cientista mais importânte do seu tempo, passa a formar parte da Comissón. Bergson felicita-se por isso.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO