
Nascido em Eleia por volta de 489 a. C., Zenón é, sem dúvida, o discípulo mais famoso de Parménides. De facto, tanto ou mais famoso do que o próprio Parménides. Ou, para sermos mais exatos, non Zenón directamente, mas sim alguns dos paradoxos que formulou em apoio às teorias do mestre. As conclusóns a que o racionalismo parmenidiano conduzia non podiam deixar de parecer ridículas a non poucos dos seus contemporâneos, pois, em última análise, non faziam mais do que qualificar como irreais, non existentes, todos os obxectos da experiência, a mutabilidade e o movimento. Isto convertia os membros da escola eleática em obxecto frequente de troças e piadas. Em resposta a isso, Zenón aplicou-se empenhadamente na formulaçón de unha série de enxenhosos raciocínios que tinham por obxectivo non tanto defender as teorias do mestre, mas sobretudo demonstrar como os princípios opostos (isto é, a aceitaçón do pluralismo e do movimento) conduziam a conclusóns absurdas e contradictórias. Som os famosos paradoxos de Zenón, reunidos num libro perdido que, segundo Proclo, continha até quarenta argumentos a favor do monismo de Parménides. Os paradoxos mais famosos som os que visam demonstrar a impossibilidade do movimento, dos quais relembraremos os dous mais conhecidos. O primeiro, convertido num autêntico referente universal dos paradoxos, é o de Aquiles e da tartaruga. Aquiles, “o dos pés lixeiros” nas palabras de Homero, desafia unha pobre tartaruga para unha corrida na qual, confiando na sua proverbial velocidade, lhe dá unha certa distância de ventáxa. No entanto, por mais rápido que sexa, Aquiles nunca chegará a alcançar a tartaruga e acabará por perder a corrida. De facto, se o espaço está composto por unha série ilimitada de pontos como alegavam os pitagóricos, quando Aquiles tiver alcançado o ponto onde se encontrava orixinariamente a tartaruga, esta terá percorrido unha certa distância, por mais pequena que sexa. Quando Aquiles alcançar este novo ponto, a tartaruga ter-se-á movido até outra posiçón mais adiantada, e assim “ad infinitum”, e deste modo nunca conseguirá alcançá-la e menos ainda ultrapassá-la. O segundo é conhecido como paradoxo da frecha. Suponhamos que um arqueiro lança unha frecha. Se conxelarmos o movimento da frecha num determinado momento da sua traxectória, a frecha ocupará unha posiçón determinada e fixa no ar. Mas ocupar unha posiçón determinada e fixa é estar quieto, polo que nesse momento a frecha estaría quieta e em movimento ao mesmo tempo, o que é um absurdo. Apesar de serem aparentemente irresolúbeis (a invençón do cálculo infinitesimal encarregar-se-ia de demonstrar que non é assim), os argumentos dos eleatas non impressionaram todos. Dióxenes de Sinope, o filósofo cínico do século IV a. C. é, sem dúvida algunha, unha das personáxens mais peculiares e divertidas, se non a mais divertida, de toda a história da filosofia. Segundo nos conta Sexto Empírico, Dióxenes, aborrecido e farto perante o enésimo discurso de um discípulo de Zenón que pretendia convencê-lo da impossibilidade do movimento, levantou-se e deixou o seu interlocutor a falar sozinho dizendo: “O movimento demonstra-se andando”. Esta, como tantas outras das histórias referidas de Dióxenes, esconde muito mais conteúdo filosófico do que à primeira vista possa parecer.
E. A. DAL MASCHIO