
Potamio, bispo de Lisboa, defensor da fé católica ao princípio, prevaricou depois, por amor de um “fundo fiscal” que desexaba adquerir. Osio, bispo de Córdoba, descubríu a sua maldade e fixo que as igrexas da Espanha o declarásem impío e heréxe. Mas, o mesmo Osio, chamado e ameazado polo imperador Constâncio, e temeroso, como velho e rico do desterro e da pérda dos seus bens, rendeu-se à impiedade. Prevarica na fé ao cabo de tantos anos e volta para Espanha com terríbel autoridade réxia para desterrar a todo bispo que non admitisse a comunhóm aos prevaricadores. Chegou aos ouvidos de Santo Gregório, bispo de Ilíberis, a notícia da impía prevaricaçón de Osio, e negou-se com fé e constância à sua nefanda comunicaçón… O vicário Clementino, a demanda de Osio, e obedecendo ao mandamento imperial, chamou a Gregório a Córdoba…, e perguntábam-se as xentes: ¿Quem é este Gregório que se atreve a resistir a Osio? Porque muitos ignorabam a fraqueza de Osio e non tinham bem calibrada a virtude do Santo Gregório, a quem xulgabam prelado novel e bisonho… Chegam à presença do vicário, Osio como xuíz, Gregório como reo… Grande inquietude entre todos por ver o fím daquel sucesso. Osio, com a autoridade das suas canas; Gregório, com a autoridade da virtude. Osio, posta a sua confiança no rei da terra; Gregório a sua no Rei sempiterno. Um apoiádo polo rescrípto imperial; o outro, na divina palabra… E vendo Osio que levaba a pior parte na disputa, porque Gregório o refutaba com argumentos tomados dos seus próprios escritos, gritou ao vicário: “Xa vés como este resiste aos preceitos legais; cumpre o que está ordenado, envía-o ao desterro.” O vicário, ainda que non era crstán, teve respeito à dignidade episcopal, e respondeu a Osio: “Non me atrevo a enviar um bispo para o desterro: da tú antes sentença de deposiçón.” Vendo Santo Gregório que Osio ía pronunciar a sentença, apelou ao verdadeiro e poderoso xuíz, Cristo, com toda a vehemência da sua fé, clamando: “Cristo Deus, que virás xulgar aos vivos e aos mortos, non permitas que hoxe se dé sentença contra mim, indigno servo teu, que som perseguído pola confesón do teu nome. Non porque eu tema o desterro, pois todo suplício me é doce por teu amor, senón para que muitos se librem da prevaricaçón ao ver a túa súbita e prestíssima vinganza.” E foi assim que repentinamente a Osio, que ía dar a sentênça, se lhe torzerom a boca e o pescoço e caíu por terra, onde morreu, ou como outros afirmam, quedou sem sentido. Contam logo que o vicário se arroxou aos pés do Santo, suplicândo-lhe por perdón.” “Non quedou impune (prosigue afirmando) a prevaricaçón de Potamio. Morreu quando se encaminhava para aquel “fundo” que tinha obtído do imperador em pago de unha subscripçón impía, e non víu, nem por asomo, os frutos da sua vinha. Morreu de um câncer naquéla língua impía com que tinha blasfemado.” “Também foi castigado com novo xénero de suplício Florencio (bispo de Mérida), que tinha comunicado com os prevaricadores Osio e Potamio. Quando quixo ocupar a sua cadeira diante do pobo, foi arroxádo dela por um poder misterioso e começou a tremer. Intentou outra vez e outra, e sempre foi rexeitado como indigno, logo de caído por terra, retorcía-se e tremía como se interiormente e com grande dureza o atormentáram. De alí o sacarom para enterrá-lo”. De Florencio e Potamio, pouco mais sabemos, e por isso non fago deles capítulo aparte. Probabelmente forom bons cristáns, libres da terquedade e bárbara intolerância dos cismáticos luciferianos. San Febadio fala de unha epístola, De possibilitate Dei, que os heréxes fotinianos fixérom correr a nome de Potamio.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO