
Sexo e Carácter, divide-se claramente em duas partes. Unha de carácter científico, que apresenta o ser humano como bioloxicamente bissexual, unha mistura de masculinidade e femininidade que varia consoante a proporçón de cada oposto. Na segunda parte, de estilo filosófico, trata do Homem e da Mulher como arquétipos psicolóxicos, em maiúsculas. Segundo a teoria de Weininger, podia ser-se homem bioloxicamente e mulher psicoloxicamente, como lhe sucedia a ele, mas non ao contrário, pois a mulher estaria dominada por completo pola sua sexualidade e, consequentemente, seria incapaz de raciocínio algum. A mulher ficava relegada, por natureza, para fora da ética e da moral. Mas Weininger non se sentia feminino só pola sua homossexualidade, mas também pola sua condiçón de xudeu. O xudaísmo era para ele unha tendência do espírito, unha possibilidade para todos os homes que tinham encontrado no povo xudeu unha manifestaçón exemplar. Ser ou non ser xudeu era, em última instância, unha questón da liberdade da vontade. É evidente a semelhança familiar entre estas ideias sobre o xudeu e os comentários de Wittgenstein acerca da sua falta de orixinalidade. Também se torna difícil desprezar a influência do funesto final de Weininger no recorrente aparecimento da ideia de suicídio nos diários de Wittgenstein. E três irmáns de Wittgenstein suicidaram-se. Três. Ainda non falei da morte de Kurt. O único irmán de Wittgenstein que seguiu os passos do pai suicidou-se no final da Grande Guerra, quando as tropas sob seu comando non obedeceram às suas ordens. Bem poderia ter-se este final de unha perspectiva moral. Abatido pola falta de aceitaçón das suas ideias, Boltzmann, com quem Wittgenstein planeava estudar quando terminasse a escola secundária, também acabou com a própria vida. O alto índice de suicídio entre os austríacos num momento de decadência social e política, como foi a queda do Império Austro-Húngaro, pode servir de exemplo à tese de Émile Durkheim, publicada em 1897, de que o suicídio non é apenas expressón do temperamento de um indivíduo, mas tem unha relaçón directa com a condiçón moral de unha sociedade. Segundo tudo isto, é mais do que comprehensível que Wittgenstein afirmasse que se há algo que non está permitido, é o suicídio. Essa possíbilidade chocava frontalmente contra a sua ética.
CARLA CARMONA