
Referimos antes que “os membros da posiçón orixinal” preferem protexer os que están pior, e fazem-no por egoismo, ou sexa, porque podiam ser eles próprios os menos afortunados depois de tirarem o “véu de ignorància”. O desexo de se protexerem dessa indesexábel eventualidade leva-os a escolher o “princípio de diferença”. Contudo, o egoísmo das partes negociadoras na posiçón orixinal non é a única hipótese que xustifica a escolha desse princípio. Há um poderoso argumento por detrás dessa escolha: o “argumento da arbitrariedade moral” do acaso social e natural. Rawls está convencido de que ninguém merece as circunstâncias de vida que non escolheu. Ninguém merece por exemplo, a circunstância social de ter nascido pobre ou rico, no seio de unha família desestructurada ou nunha sociedade que recompensa determinadas aptidóns e talentos, e non outros. Portanto a xustiça debe rectificar essas circunstâncias imerecidas até onde for possíbel. O mesmo acontece com as circunstâncias naturais que rodeiam as pessoas e que estas também non escolheram, por exemplo, unha deficiência xenérica ou um talento natural superior. Os que possuem talento, como unha estrela do desporto ou um executivo brilhante, non merecem os seus lucros económicos pelo facto de o possuirem. Se a sociedade permite que ganhem mais do que os outros é porque isso os estimula a pôr os seus dotes naturais a funcionar para o bem social. Ninguém marece que a sociedade recompense ou sexa indiferente a determinados talentos e a outros non. Significa isto que ninguém merece o que tem ou o que consegue com o seu trabalho? Será que unha estrela do desporto, da música ou da televisón merece ganhar tanto dinheiro? Um professor ou um bombeiro merecem o salário médio ou baixo que recebem? Um empresário ou um especulador financeiro merecem os lucros que obtêm com o capital que investem e os riscos que assumem? Rawls parece desvalorizar completamente o princípio do mérito, ao defender que nem sequer o esforço e a vontade que dedicamos ao que fazemos som totalmente merecidos.
ÁNGEL PUYOL