THOMAS S. KUHN (O QUE É A SEMÂNTICA?)

A semântica é a disciplina que estuda as diversas formas de estabelecer unha relaçón entre os elementos de unha determinada fala, ou de toda a língua concebível, e os obxectos a que esses elementos linguísticos se referem. Dito de forma um pouco grosseira, a semântica estuda a relaçón entre a língua e o mundo. Costumam distinguir-se “semântica descriptiva” e “semântica lóxica ou filosófica”. A primeira estuda empiricamente o modo como se usam as palabras de unha determinada fala (o português, o francês, etc…), ou de unha família de línguas (como as indo-europeias) para transmitir informaçón sobre o mundo que nos rodeia. Quem se ocupa desta semântica som os linguistas, enquanto cientistas empíricos, e nela som feitas constataçóns como, por exemplo, que nas falas indo-europeias os substântivos costumam referir-se a obxectos localizados de forma espaciotemporal, os verbos a acçóns ou processos, os pronomes a pessoas, etc… Em contrapartida, a semântica lóxica ou filosófica, a que aquí nos interessa, estuda, digamos, a priori, as condiçóns que qualquer língua deve reunir para poder comunicar informaçóns sobre o mundo. As noçóns-chave da semântica filosófica som as de proposiçón, designaçón e verdade. Unha proposiçón é um elemento de unha língua qualquer que designa um suposto facto. Se este facto se dá realmente, a proposiçón é verdadeira; se non for o caso, é falsa. Um dos princípios fundamentais da semântica filosófica é que toda a proposiçón de qualquer língua, por simples que sexa, é unha entidade que consta, por sua vez, de elementos linguísticos mais elementais (as palabras da língua comum) que designam (ou deviam designar) algo. As proposiçóns mais simples som as que constam de um nome que designa um obxecto e de um predicado que designa unha propriedade. Assim, por exemplo, na proposiçón “A Guarda é fria” podemos distinguir o nome “Guarda”, que designa unha determinada cidade, e o predicado “é fria”, que designa unha determinada propriedade física. Se nunha determinada oraçón o nome non designar nenhum obxecto, ou o predicado nenhuma propriedade, diremos que na realidade non se trata de unha verdadeira proposiçón, mas de unha pseudoproposiçón. Assim, por exemplo, as oraçóns “Abracadabra é fria” e “A Guarda é abracadabrante” som na realidade pseudoproposiçóns, pois nem “Abracadabra” nem “abracadabrante” designam o que quer que sexa. Num sentido derivado, a semântica pode estudar a relaçón entre duas falas, ao pressupor que ambas se referem à mesma parcela da realidade. É o que se faz nos diccionários. Assim, por exemplo, quando explicamos que a palabra “taula” do catalán significa “mesa” estamos a estabelecer unha relaçón semântica entre o catalán e o português, pressupondo que tanto “taula” como “mesa” se referem ao mesmo tipo de obxecto (um tampo sobre três ou mais pés). Pode entón dizer-se que “taula” e “mesa” som semanticamente equivalentes. Ora, a tese da incomensurabilidade entre paradigmas afirma que, entre dous paradigmas rivais (entendendo os paradigmas como linguaxens num sentido lato), nem sempre se podem estabelecer tais equivalências semânticas. Non há um “diccionário” que “traduza” um paradigma no outro. Neste sentido, a tese da incomensurabilidade é unha tese semântica.

C. ULISES MOULINES

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