Arquivos diarios: 01/07/2023

KARL R. POPPER (A METAFÍSICA E OS POSITIVISTAS LÓXICOS)

Contudo, a respeito dos sistemas metafísicos do passado, Popper nunca teve unha actitude tán negativa como os seus amigos-inimigos do Círculo de Viena. A sua tese non é que tais sistemas constituam unha série de disparates, mas o facto de non serem científicos por non serem falsificáveis. No entanto, polo menos nalguns casos, podem desempenhar um papel positivo como fontes de inspiraçón de teorias posteriores xenuinamente científicas. Um exemplo histórico típico desta possibilidade é a doutrina do atomismo: quando os filósofos da Antiguidade formularom a teoria de que todos os corpos están constituídos por átomos, era impossíbel conceber experiências que a relutassem, e, por isso, representava unha doutrina metafísica. Porém, muito mais tarde, no início do século XIX, tornou-se unha fonte de inspiraçón para os químicos, que conseguiram conceber experiências para a porem à prova, polo que o atomismo alcançou, desta maneira, o estatuto de teoria científica. O grande inimigo dos “positivistas lóxicos” era a metafísica; por sua vez, para Popper, non era tanto a metafísica -que em alguns casos pode constituir um estímulo positivo para a ciência mesmo sem ser ela própria unha ciência- , como as doutrinas pseudocientíficas, que representavam o maior perigo para o espírito científico xenuíno. Para Popper, no século XX, as pseudociências tiveram infelizmente muita influência. Non se trata só de exemplos como a “astroloxía” ou o “espiritismo”, que qualquer pessoa medianamente informada pode desmascarar com facilidade; trata-se de doutrinas amplamente divulgadas, inclusive nos meios académicos, e que se apresentam sob unha roupaxem aparentemente científica. Segundo, Popper, os dous exemplos mais notórios som a “psicanálise” e o “marxismo”. Nem um nem outro som falsificáveis. Independentemente da forma como um indivíduo se comportar, o psicanalista verá sempre nesse comportamento unha proba da teoria psicanalítica da neurose, e aconteça o que acontecer no seio de unha determinada sociedade, o marxista verá sempre nisso unha incidência do princípio universal da luta de classes. Como non som falsificáveis, psicanálise e marxismo representam exemplos preeminentes de pseudociências, e, se formos intelectualmente honestos, devemos desmascará-los como tais. Com esta avaliaçón tán negativa da psicanálise e do marxismo, Popper, obviamente, ganhou um grande número de inimigos em todo o lado. Mas a isso, xá ele estava habituado.

C. ULISES MOULINES