DAVID HUME (DO CONCEITO DE LIBERDADE)

O que sucede, pois, com a liberdade humana, essa suposta propriedade presente no nosso interior? Dentro deste determinismo metodolóxico que Hume defende, só há dous sentidos válidos do termo “liberdade”. Em primeiro lugar, a “liberdade de espontaneidade”, que define como “um poder de axir ou non axir de acordo com as determinaçóns da vontade, isto é, se decidirmos ficar quietos, podemos fazê-lo, e se nos decidirmos mover, também o podemos fazer”. Trata-se, claramente, da liberdade que possuem todos aqueles que non están presos, acorrentados, etc… Ou sexa, é a liberdade de executar ou realizar os nossos desexos ou intençóns. Para Hume, o seu oposto seria a violência ou a coerçón física, embora sendo um pouco mais xenerosos pudéssemos admitir (e deveríamos fazê-lo) que, neste sentido, a pobreza também nos torna menos libres, pois impéde-nos de cumprir muitos dos nossos desexos e que, pelo contrário, a riqueza ou a saúde aumentam a marxem da nossa liberdade. Existe, em segundo lugar, outro significado lexítimo de “liberdade”: a certa independência que sentimos na mente ao passar ou non passar da ideia de unha causa à de um efeito (ou ao contrário). Segundo esta acepçón, a liberdade é unha mera sensaçón de indeterminaçón mental, a indeterminaçón de non saber o que vai acontecer; non saber prever um acontecimento futuro ou conhecer a causa de algunha cousa que aconteceu. Muitas vezes, de facto, somos incapazes de explicar ou prever a conducta das outras pessoas, mas em inúmeras ocasións também nos sentimos perdidos quando temos de prever determinados comportamentos dos obxectos que nos rodeiam. Non posso saber quando cairám as folhas da árbore que vexo da minha xanela. É outono e em algum momento o farám, mas intervênhem tantas variábeis que non o posso prever com precisón. Non se trata de pensar que é preciso ter em conta que as folhas som libres. A nossa experiência é sempre limitada, e tal como os acontecimentos dificilmente previssíbeis (ou de momento imprevissíbeis) do mundo natural non som senón a ocasión de iniciar novas investigaçóns científicas que pensamos que nos permitirám descobrir as causas desses fenómenos que tanto nos surprehendiam, quando somos incapazes de prever ou explicar a conducta de unha pessoa, quando nos sentimos perplexos, isso debe levar-nos a concluir non a ausência de causas dessa conducta, non que estamos perante seres que possuem unha qualidade especial, “a liberdade”, mas a obrigaçón de procurarmos unha familiaridade mais completa com a disposiçón, os motivos e as circunstâncias desse indivíduo. Assim, por exemplo, pode surprehender-nos que unha pessoa que possui unha disposiçón amábel responda de forma mal-humorada a unhas palabras nossas. No entanto, unha investigaçón posterior revela-nos que sofría de unha terríbel dor de dentes ou que non comia há muito tempo. A sua conducta descortês ficou explicada. Isto é, encontrámos a sua causa. Qual é a conclusón que Hume extrai desta reelaboraçón do significado do conceito de “liberdade”, que xá non se apresenta como unha misteriosa qualidade do axente, mas como a mera liberdade de axir, ou como a nossa incapacidade de prever ou explicar um acontecimento? Pois non há qualquer impedimento metodolóxico para construir ciências humanas em tudo equivalentes às ciências naturais. Em ambos os casos, a única cousa que podemos fazer é tentar identificar as causas dos acontecimentos (as chamadas normalmente “naturais” ou as referentes ao indivíduo ou à sociedade) através da observaçón cuidadosa de regularidades de sucessón. A filosofia natural recorre à experimentaçón. Non é probábel que a filosofia moral possa recorrer ao mesmo procedimento, mesmo que sexa apenas porque, quando os suxeitos se sentem observados, é muito provábel que mudem de conducta. Mas a dificuldade non é insuperábel, xá que podemos recorrer ao simples olhar atento para a vida humana, algo para o qual o estudo da história, pode dar unha axuda inestimábel.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

Deixar un comentario