Arquivos diarios: 19/06/2023

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (17)

NOS ÂMBITOS DE PLUTÓN

Non há dúvida de que Plutón non tem um comportamento parecido com o dos outros planetas. Non somente é pequeno e obscuro como apresenta movimentos tán variábeis que ninguém pode prever onde estará daqui a um século. Enquanto os outros planetas apresentam unha órbita mais ou menos no mesmo plano, a órbita de Plutón arrebita, por assim dizer, para fora do alinhamento a um ângulo de 17 graus, como a aba de um chapéu atrevidamente levantada. Tem unha órbita tán irregular que, nalguns dos seus traxectos solitários em torno do Sol, acaba por ficar mais perto de nós do que o próprio Neptuno. De facto, durante a maior parte dos anos 1980 e 1990, Neptuno foi o planeta mais distante do sistema solar. Só em 11 de Febreiro de 1999 é que Plutón voltou à faixa exterior, para aí permanecer nos próximos 228 anos. Portanto, se Plutón for de facto um planeta, non há dúvida de que é muito estranho. É minúsculo: tem apenas 0,25 % por cento da massa da Terra. Se o colocarmos em cima dos Estados Unidos, non cobre nem a metade dos 48 estados da parte inferior. Só isto xá o torna bastante anómalo; significa que o nosso sistema planetário consiste em quatro planetas rochosos interiores, mais quatro xigantes gasosos exteriores, e unha bola de xelo diminuta e solitária. Além disso, temos todas as razóns para supor que muito em breve descobriremos outras esferas xeladas ainda maiores no mesmo espaço. E entón é que vamos ter problemas. Depois de Christy ter detectado a lua de Plutón, os astrónomos começarom a observar com mais atençón esse lugar do cosmos, e, em Dezembro de 2002, xá tinham encontrado 600 novos Obxectos Transneptunianos, ou Plutinos. Um deles, a que chamarom Varuna, é quase tán grande como a lua de Plutón, e agora os astrónomos acham que pode haber bilións destes obxectos (entre eles unha espécie de boneco de pedra chamado “Nova Thule”). O problema é que, como som muito escuros, som difíceis de detectar. Em xeral, tenhem um albedo, ou taxa de reflexón da luz, de apenas quatro por cento, o mesmo que o de um pedaço de carvón -sendo que estes “pedaços de carbón” estám a mais de seis mil milhóns de quilómetros de distância.

BILL BRYSON

HANNAH ARENDT (OS DIREITOS DOS OUTROS)

Os “direitos dos outros”, das pessoas expulsas da comunidade política e, portanto do reconhecimento mútuo, som os que están em xogo na própria definiçón do Estado-naçón, nos requisitos que se estabelecerem para reconhecer a pertença em termos de cidadania. O que aconteceu no período entre as duas guerras, considera Hannah Arendt, é que a naçón ganhou a xogada ao Estado, afirmando critérios de pertença em redor da identidade colectiva étnica e excluindo aqueles que non se enquadravam nesses critérios. Por isso, todos os elementos que vimos arrastam problemas non resolvidos, para os quais se apresentará unha soluçón totalitária. A existência de refuxiados e apátridas non é em si própria totalitária -non há motivos para que o sexa-, como non o som os movimentos nacionalistas tribais ou a expansón imperialista económica. Mas esses elementos xerarám “soluçóns” que xá continham características totalitárias, como a violência exercida contra grandes grupos populacionais ou a privaçón de direitos em massa. O problemático legado de “correntes subterrâneas da História” do século XIX aflorou de forma violenta quando um partido totalitário no poder entendeu que, na verdade, as condiçóns para tornar efectiva a máxima totalitária “tudo é possíbel” xá existiam e tinham sido aceites pola sociedade.

CRISTINA SÁNCHEZ