
É claro que, por volta de 1655. Espinosa xá tinha decidido que dedicaria a sua vida ao conhecimento. Mas, para além do desinteresse pelo comércio, parece que, se Espinosa deixou de pagar a contribuiçón naquele momento, foi porque sentia no seu interior um irremissíbel distanciamento em relaçón ao xudaísmo oficial. Eram-lhe atribuídas ideias heterodoxas que a ordem estabelecida considerou intolerábeis. Os dirixentes político-relixiosos non demorarom a reaxir contra o xovem de 24 anos com a máxima virulência, mediante o maior castigo previsto para os dissidentes: “o chérem”, equivalente à excomunhón católica. De facto, expulsaram-no da Sinagoga a 27 de Xulho de 1656, através de unha condenaçón lida nunha sinagoga cheia, o repúdio mais duro lançado contra um membro da comunidade sefardita de Amesterdám. O que é que causou unha represália tán irada e furibunda contra o xovem de 24 anos? As expressóns de imprecaçón e maldiçón utilizadas no texto eram, certamente, oficiais e seguiam o formalismo, mas o conselho responsábel por redixir a excomunhón procurou entre todas as fórmulas disponíbeis até encontrar as mais agressivas e ofensivas. É necessário dizer que estas non desanimarom muito Espinosa, que encarou a expulsón com muita impassibilidade e considerou que non fazia mais do que precipitar acontecimentos que haberiam de suceder, mais tarde ou mais cedo; ao que parece, escrebeu unha defesa das suas ideias que, infelizmente, se perdeu. Mas aqui interessa saber o que ocasionou tal reaçón por parte dos dirixentes espirituais e políticos xudeus, tanto para entender a estructura do poder do momento como, sobretudo, para descobrir a evoluçón intelectual de Espinosa.
JOAN SOLÉ