
Nessa invençón de unha linguaxem própria, reside a verdadeira e orixinal exaltaçón rousseauniana do sentimento. Como diz logo no começo das suas “Confissóns”: “Senti antes de pensar; é o destino comum dos homens. Tenho-o experimentado mais do que qualquer outro”. Rousseau assegura non se recordar como aprendeu a ler, mas sim de quando, sendo muito menino, passava noites inteiras a ler com o pai os romances que a sua nai tinha deixado. “Em pouco tempo adquiri, dessa maneira perigosa, non somente unha extrema facilidade para ler e ouvir, mas unha comprehensón das paixóns na minha idade. Nón possuía nenhuma ideia sobre as coisas, mas todos os sentimentos me eram conhecidos. “Non tinha pensado nada e tinha sentido tudo”. Essas emoçóns confusas que eu experimentaba unha após a outra non alteravam a razón que ainda non tinha; mas elas formaram-me unha de outra têmpera.” Reconhecendo a dificuldade implícita em “dizer o que non foi dito, nem feito, nem sequer pensado, mas degustado e sentido”. Rousseau xulga ter à sua disposiçón algo melhor do que qualquer documento para narrar a sua vida. Xulga dispor de “um guia fiel com que pode contar, “a corrente de sentimentos que marcarom a sucessón da minha existência”, e por isso a de dous acontecimentos que foram a sua causa ou efeito”. Os factos som somente deduçóns do que nos teriam feito sentir e, por sua vez, as nossas acçóns poderiam deduzir-se como simples corolários do que sentimos num dado momento. “Non posso estar enganado sobre o que senti, nem sobre o que os meus sentimentos me levaram a fazer”, sentencia Rousseau no início do libro VII das “Confissóns”.
ROBERTO R. ARAMAYO