
Montaigne relata que tinha iniciado a viaxem durante unha trégua, passando por países muito pouco seguros: fixérom-no descer do seu cavalo, saquearam-no, roubarom-lhe o dinheiro e cavalos, e até conspiravam pedir um resgate pola sua pessoa. Depois, de repente, a cena muda completamente e produz-se um “arrependimento milagroso”. O chefe do grupo dirixe-se a Montaigne com palabras suaves, ordena aos seus que arrumem as bagaxens dispersas e ele próprio se envolve na recuperaçón de tudo, ainda que o melhor presente” que lhe dán sexa a liberdade. O bordalês afirma que ignora o motivo de tal conversón de propósitos, dado que, desde o início, lhes tinha comunicado o partido a que pertencia. O chefe tira a máscara, diz-lhe o seu nome e repete-lhe muitas vezes que deve aquela libertaçón ao seu rosto, à sua franqueza e à firmeza das suas palabras, que non o faziam merecedor daquele infortúnio, e fá-lo prometer que pagará na mesma moeda se tiver oportunidade. Montaigne suxére, non sem ironia, que talvez a bondade divina tenha querido servir-se do “vano instrumento” da fisionomia para a sua salvaçón. A 12 de Maio de 1588, no Dia das Barricadas, estalam protestos nas ruas e um tumulto de pessoas sai à rua para se manifestar. Xuntamente com Pierre de Brach e o conde de Torigny, filho de Matignon, Montaigne acompanha Henrique III a Chartres e, depois, a Rouen. Ao regressar a París é detido e conduzido à Bastilha pola multidón e polos seus líderes, mas foi libertado poucas horas depois, graças à intervençón de Catarina de Medici, a rainha-nái (que morreu, no início de 1598, após ser tratada como “unha cabra morta”, tal como escrebe Pierre de L’Estoile no seu “Registre-Journal du Règne d’Henri III”). Desse episódio non se encontra nenhum vestíxio nos “Ensaios”, onde se lê unha meia-verdade: “Nenhuma prisón me acolheu, nem sequer para nela passear. A imaxinaçón suxére-me que a sua visón é desagradável, até do exterior”. Montaigne nunca corrixirá essa frase, apesar de ter tido tempo e ocasión para isso. A Bastilha valia o silêncio. Mas dous relatórios (um suprimido porque se escrebeu nunha data errónea, 20 de Xulho de 1588, em vez de 10 de Xulho) incluídos no “Beuther” (o calendário/diário de família) atestam o sucedido. A “Ephemeris Historica” de Michel Beuther foi publicada em París, em 1551. Tratava-se de um tipo de calendário eterno, unha espécie de axenda de 432 páxinas, com factos bíblicos e históricos importântes, indicaçóns cronolóxicas, meses do ano, correspondências com o calendário latino, grego e hebreu. Também páxinas em branco que permitiam rexistrar os eventos mais importântes da vida familiar. A família Montaigne anota aí a sua própria história familiar. Duas páxinas, correspondentes ao massacre de San Bartolomeu, están arrincadas. Durante o Outono, passará bastantes semanas em Gournay-sur-l’Aronde, na Picardia, com a família de Marie (de Gournay). As primeiras anotaçóns no exemplar de Bordéus remontam a este período. Depois vai para os Estados Gerais, onde encontra De Thou e Pasquier. Regressa a Guyena no final do ano. A 27 de Maio de 1590, Leonor casa-se em Montaigne com François de la Tour e, seis dias depois, abandona o castelo. Em segundo plano, em filigrana, están sempre presentes as escuras sombras das guerras civis. Oito, de 1563 a 1594. Em vinte anos de escrita dos “Ensaios”, constituiem o tema de fundo opaco e incómodo de muitos capítulos. A oitava guerra será o pano de fundo de todo o terceiro libro e, precisamente, em “Da Fisionomia”, as “monstruosas guerras” enchem o ar de ruína, veneno, doenças, rábia, corrupçón das costûmes e suspeita dominante. Nada distingue católicos de protestantes: o vizinho de cada casa, debido ao credo relixioso que non manifesta, podería estar quase a degolar ou a ser degolado… A menos que o seu rostro consiga protexê-lo (como no seu caso), de tal infortúnio. Montaigne acredita que as desordens trouxérom às letras mais preconceitos do que o fogo dos bárbaros. Por esse motivo, considera que, perante tal “morte pública”, é conveniente manter a relixión do próprio país.
NICOLA PANICHI