RORTY (COMO MANTER A CONVERSAÇÓN)

A ideia de que a epistemoloxia é necessária para a cultura – afirmou Rorty – confunde dous papéis que a filosofia pode desempenhar. O primeiro é o de um “supervisor” que conhece o terreno comúm de todos e cada um dos discursos e que além disso, sabe o que realmente fazem os participantes desses discursos, saibam-no eles ou non. O segundo é o de um “intermediário” entre vários discursos que mantém viva a conversaçón e que consegue que os participantes mais fechados em si mesmos se abram um pouco. Deste último prisma, manter viva a conversaçón requer algunhas doses de esperança, mas “non é a esperança na descoberta de um terreno comúm existente com anterioridade, mas simplesmente a esperança de chegar a um acordo ou, pelo menos, a um desacordo interessante e fructífero. O conflicto entre o papel do “supervisor” e o do “intermediário” pode ver-se como o conflicto entre a racionalidade e a irracionalidade, mas é, antes, o conflicto entre duas formas de entender o que é racional: o razoável -poderia dizer o filósofo hermenêutico- é precisamente abster-se da crença em prol do interesse comúm. Para a epistemoloxia, isso talvez pareça razoábel, mas non é racional, pois o racional é descrever o tipo de discurso para o qual debem ser traduzidos todos os demais discursos, um discurso que torna o acordo possíbel. “Para a epistemoloxia, a conversaçón é investigaçón implícita. Para a hermenêutica, a investigaçón é conversaçón rotineira”.

RAMÓN DEL CASTILLO

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