
Para Aristóteles o vazio non existe. Tal como o concebe, o mundo está literalmente cheio de cousas e essas cousas possuem certas propriedades ou relacionam-se entre elas. Por exemplo, a árbore que existe em frente da minha xanela é unha das cousas que existem no mundo. Essa árbore, apresenta várias características, entre elas, o facto de estar em frente da minha xanela e de as suas folhas serem verdes; no entanto, tratam-se de factos acidentais. Essa árbore poderia estar perfeitamente noutro lugar (se fosse transplantada), ou podia ter as folhas castanhas (se fosse outra época do ano) e non deixaria por isso de ser essa mesma árbore. Mas há outras características que non som acidentais, que se non fossem como sóm faríam com que essa árbore non fosse essa árbore. Para começar, unha dessas características non acidentais que definem essa árbore é, xustamente, o facto de ser unha árbore. E, além disso, sucede-lhe algo tán essêncial como ser unha árbore, que é ser essa árbore. Este esquema podería reproduzir-se com qualquer outro obxecto ou circunstância que identifiquemos à nossa volta: unha cadeira, um amigo, a Europa, o computador ou o libro que nos ocupa. Todas estas cousas som reais: todas som. Portanto, o facto de ser é algo comum a todas as cousas e constitui a sua característica mais fundamental. No entanto, como afirma Aristóteles, “o ser diz-se de muitas maneiras”. Isto implica que, quando afirmamos que algo é, este “é” possa ter diferentes significados. Para começar, como acabámos de ver, as cousas som, porque existem. Se afirmamos que unha cousa é, estamos a afirmar a sua existência. Mas também podemos dizer que as cousas som algo. Por exemplo, a árbore é alta ou Aristóteles é filósofo. E chegados a este ponto, é lóxico perguntar-se entón, qual é a essência do “ser”? Em que consiste essa única característica comum, subxacente a todas as cousas individuais, que faz parte daquilo a que chamamos realidade? E mais ainda: o que é o Ser? O que é a realidade? Afinal, como assinala de maneira brilhante o filósofo americano Willard van Orman Quine, o problema ontolóxico e muito simples: “Pode expressar.se em três palabras: “O que existe?” Pode responder-se com um único vocábulo: “Tudo!”, e todos aceitarám a resposta como verdadeira. Contudo, isto quer apenas dizer que existe o que existe. Sobra espaço para o desacordo sobre os casos particulares; e assim a questón perdurou através dos séculos”.
P. RUIZ TRUJILLO