
Depois, a norma. A prisón é o lugar onde se cumpre a pena ditada pola Lei, mas o seu interior non é um lugar xurídico. O que rexe o espaço prisional é a norma. Non é um lugar onde haxa certas cousas prohibidas e as restantes fossem indiferêntes ou libres. Todas as cousas están sob a regulaçón da norma, e todo o comportamento que escape à norma é “sancionábel”. Nenhum acto resulta indiferênte para um sistema disciplinar. A operaçón xeral levada a cabo polo poder disciplinador é, pois, unha “normalizaçón” das conductas; unha transformaçón técnica dos indivíduos para os adaptar à sua “norma”. Por fim, o enxame. No enxame, a vixilância e a sançón cruzam-se, sobreponhem-se. O seu olhar, escrebe Foucault, “é um olhar normalizador, unha vixilância que permite qualificar, classificar e castigar”. Neste xesto veremos como, de novo (como no manicómio ou no hospital) “poder e saber” aparecem unidos num processo comum, alimentando-se mutuamente. “O enxame” -acrescentará- “trai-e consigo todo um mecanismo que une um certo tipo de formulaçón do saber e unha certa forma de exercício do poder”. Concluída a caracterizaçón dos principais elementos da técnica prisional, Foucault constacta a exportaçón do modelo disciplinar para além do âmbito prisional, num primeiro momento, a todas as instituiçóns totais (hospital, escola, fábrica, quartel), e depois a todo o corpo social, qualificando-o entón de “sociedade disciplinar”. E, no teatro disciplinar do panótico, basta colocar um vixilante na torre central e em cada cela encerrar um louco, um doente, um réu, um operário ou um estudante, para que a máquina começe a funcionar. No limite, nem é necessario um vixilante, basta apenas que o interno se sinta vixiádo, basta apenas que estexa obrigado a ser visíbel. No limite, o que a máquina pretende produzir som indivíduos “normais”.
MIGUEL MOREY