AL-FARABI (DE BAGDADE A CÓRDOVA)

Na sua tipoloxía dos estados, distingue aqueles que som ignorantes (entre os quais incluie os da pura necessidade, a plutocrácia, os depravádos que apenas procuram o prazer, a timocrácia na qual se procuram as honras, a tiranía e o estado demagóxico) daqueles a que chama “corrompidos” ou “imorais”, cuxas doutrinas som excelentes, mas cuxas acçóns som como as do estado ignorante. No seu pensamento político tem unha importância capital a figura do chefe de Estado. Usando unha imáxem procedente do cardiocentrismo aristotélico, afirma que este é na sociedade como o coraçón no corpo humano. O chefe de Estado ideal debe reunir doze qualidades físicas, intelectuais e morais inatas. Sería ao mesmo tempo imán, ou guía relixioso, profeta-teólogo e filósofo. Como escreveu o arabista T. J. De Boer, este governante primeiro “é Platón com as roupas do profeta Maomé”. Num plano mais realista, al-Farabi propón o governante segundo, que, à semelhança de Platón, sería um filósofo. Caso non se encontrára tal pessoa, indica como conveniente unha direcçón política colexiada, inspirada na filosofía, que mantenha a tradiçón sem prexuízo de introduzir as reformas que as circunstâncias aconselhem. Um último aspecto a considerar é a relaçón entre política e relixión. Podemos qualificar a sua proposta como racionalista e conciliadora ao mesmo tempo, porque, por um lado, defende a filosofía como anterior à relixión num plano lóxico e cronolóxico, e, por outro, defende que os homens de relixión debem convencer-se de que o islán non rexeita a filosofía. Em “O Libro das Letras” (segunda parte), descreveu diversos tipos de relixión e a sua relaçón com a filosofia. A sua conclusón foi esta: “É claro que em qualquer credo relixioso que se confronta com filosofia, a arte da teoloxia opôe-se também à filosofia, e os teólogos aos filósofos, na medida em que a sua relixión é oposta à filosofia”. No seu “Libro da Relixión”, abre o caminho a um entendimento entre ambas sobre a base de um respeito ao seu mútuo âmbito de influência.

ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA

Deixar un comentario