FILOSOFIA ESTOICA (LÓXICA E TEORIA DO CONHECIMENTO)

A filosofia estoica tem sído tradicionalmente dividida, pelos seus próprios practicantes, em “física” ou conhecimento do cosmos, “lóxica” e “ética”. É importânte explicar que o conteúdo dos termos mudou com a passaxem dos séculos, de modo a evitar algúns mal-entendidos e um certo reducionismo. Em xeral, estes três conceitos som mais inclusivos e abranxentes no seu uso antigo do que no uso moderno, “Lóxica” abarca nom só a lóxica formal, mas também a teoria do conhecimento, a semântica, a gramática e a retórica (porque, para os estoicos, o “logos” é tanto linguaxem como razón); “física” inclui a metafísica, tratando-se mais de unha filosofia especulativa da natureza. Quanto à ética, non se limitava ao conjunto de ideias morais abstractas, antes procurava, a partir destas, a sua aplicaçón práctica na vida real com vista à obtençón da felicidade e do bem-estar (non se referiam ao conforto, como é óbvio, mas ao sentido de se estar bem consigo próprio e com os outros). Essa divisón tripartita, constitui unha unidade orgânica interligada, na qual o todo contribui para sustentar o desígnio ético da filosofía. A lóxica experimentara xá um forte impulso com os estudos de Aristóteles sobre esta matéria. Mas, para o filósofo macedónio, a lóxica era unha técnica de raciocínio que debia ser examinada antes de se proceder a pensar correctamente (era unha propedêutica, unha disciplina prévia), enquanto, para os estoicos, pertence totalmente à filosofia. Xá mencionámos -e aprofundaremos esta ideia no capítulo dedicado à fisica- que o estoicismo concebe um universo organizado por unha razón xeral, o “logos”; deste modo a razón humana poderá identificar-se com a universal, se aprender, através da lóxica, a raciocinar de maneira correcta. A possibilidade do pensamento humano conseguir abarcar e reflectir a estructura racional do universo requer, como é óbvio, unha teoria do conhecimento de grande envergadura: non se pode conceber o cosmos com quatro axiomas e unha dúzia de siloxismos. Xá tínhamos dado conta da enorme quantidade de textos que Crisipo dedicara ao assunto e da seriedade com que todos os outros estoicos se aplicarom ao estudo dessa problemática.

J. A. CARDONA

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