Arquivos diarios: 28/02/2023

O EXÉRCITO E A POLÍCIA, FORAM E CONTINUAM A SER AS FERRAMENTAS PARA A CIVILIZAÇÓN DAS COLÓNIAS.

Por outro lado, as colónias non estavam totalmente desertas, mas povoadas por indíxenas de tanga que por ali deambulavam. Non era fácil, pois, entender porque esse potencial exército de reserva era incapaz de entender ou de se submeter à “lei natural da oferta e da procura” de trabalho, unha lei que, por outro lado, na Europa parecia quase infalíbel (como non pode deixar de ser unha lei que se considera “natural”). Esta espécie de “cancro anticapitalista” que caracterizava as colónias apenas podia ser explicada por unha “falta de civilizaçón”. E sabemos muito bem que o exército e a polícia foram e continuam a ser as ferramentas para a civilizaçón das colónias. Pode ser que sim, para alguns economistas (mesmo sendo marxistas), mas ao Parlamento britânico nunca lhe tería ocorrido mandar um exército de professores iluminados entoar louvores sobre a lei do valor, o intercâmbio de equivalentes, o contracto social e a liberdade. Non é que tais personaxens faltassem na história, mas, em todo o caso, funcionavam melhor na rectaguarda de um exército que estava armado com canhóns e non com palabras. E, ainda assim, o que o senhor Peel se tinha esquecido non era de soldados, mas daquilo que os soldados tinham de fazer. É verdade que a diferença entre um soldado e um operário é que este último pode rescindir o seu contracto à vontade, enquanto um soldado pode ser fusilado por desertor. Mas o assunto non consiste em xulgar desertores, mas em os soldados serem eficazes no momento de xerar as condiçóns nas quais o capitalismo é possíbel, para o que, em primeiro lugar, é preciso conseguir que a lei da oferta e da procura de trabalho se tenha apropriado da realidade da colónia. Esta lei vigorava xá em Inglaterra com a mesma naturalidade com que existe hoxe no mundo da globalizaçón: basta um anúncio de trabalho no “Infojobs” (secçón “oferta de trabalho”) para que, no dia seguinte, qualquer senhor Peel tenha unha fila de desempregados a suplicar por unha “entrevista de trabalho”. Tal como caem as pedras, caem os trabalhadores sobre os postos de trabalho. E, no entanto, nas colónias isso só se conseguía através de recursos muito artificiais e bastante violentos. Os comentários de Rafael Sánchez Ferlósio ao “Ensaio Político sobre o Reino da Nova Espanha” de Alexander Humboldt podem servir-nos para termos unha ideia muito exacta dos termos do problema: A estadia de Alexander Humboldt em Nova Espanha, de quase um ano de duraçón, remonta aos alvores do culto ao “Deus Progresso”, pois decorreu entre os anos 1803 e 1804. (…) Falando da grande variedade de vexetais susceptíveis de elaboraçón industrial e comercializaçón que pôde observar em estado silvestre na Intendência de Veracruz, conclui: “Só esta intendência bastaría para vivificar o comércio do porto de Veracruz, se fosse maior o número de colonos e se a sua incúria, efeito da beneficência da natureza e da facilidade com que providenciam sem trabalho as primeiras necessidades da vida, non entorpecesse os progressos da indústria.” (Sánchez Ferlosio, “Mientras No Cambien los Dioses, Nada Ha Cambiado”)

CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (OBRAS TÉCNICAS)

OBRAS TÉCNICAS DA PROSA LITERÁRIA

Unicamente o tipo de prosa menos pretenciosa está representada por unha obra que sobrevivéu mais ou menos completa. “De agri cultura”, de Catón, foi escrita alá polo 160 a. C. aproximadamente, quando Itália em conxunto começaba a recuperar-se dos piores efeitos das Guerras Púnicas e quando tinham lugar câmbios radicais no cultivo da terra. No breve prefácio ouvímos a voz didáctica de Catón, o estadista e orador; o seu propósito é didáctico e dirixe-se ao home com dinheiro para invertir. Depois de haber comparádo brevemente o proveito e a seguridade da agricultura, respeito do negócio bancário e comercial, e de ter recomendado a maneira de vida do agricultor, Catón parece dizer-nos: “Basta de eloquência, vamos agora às questóns de negócios.” No que segue temos mezcolança de princípios, notas, receitas, instruçóns e conselhos salteados com apotegmas. Catón non intenta um tratamento sistemático. A obra em conxunto carece do tipo de organizaçón estructural que encontramos imposta incluso artificialmente, ponhamos como exemplo nas “Res rusticae” de Varrón ou na anónima “Rhetorica ad Herennium (perto do 80 a. C.). É unha obra para submerxir-se nela, non para lê-la como um conxunto contínuo, e excepto em aparência, carece do carácter de um manual técnico grego, um xénero humilde mas bem estabelecido, ao que contribuíron os matemáticos, filósofos e “philologoi” helenísticos. Catón pode ser muito preciso dando quantidades para unha receita ou a fórmula máxica exacta para um ritual ou um ensalmo, mas quando trata de descreber unha prensa de azeite xá tem menos êxito, pois, ainda que dá dimensóns precisas das partes, omite a explicaçón adequada de todos os seus termos técnicos e non emprega, como podería tê-lo feito, diagramas com letras à maneira de um Arquímedes ou de um Filón Mecânico. Para nós e para xeraçóns posteriores de romanos, unha qualidade notábel do libro é a pintoresca impressón da personalidade do seu autor, a sua sinceridade provocadora (por exemplo, o seu conselho sobre como elexir e controlar a um administrador e que fazer com um escravo velho, os seus entusiasmos (por exemplo, polas couves como panacea.), a sua mistura de forte mundanidade e de crédula superstiçón, a sua actitude autoritária e o seu respeito polas “mores maiorum”. A falta de organizaçón formal podería explicar-se só até certo ponto como debída às vicisitudes de transmissón e interpolaçón que nos recorda de variádos modos as características da “satura” dos poetas. Esta era só unha das varias monografías ou tratados sobre temas prácticos de importância social que escrebeu Catón. Alguns deles estabam dirixidos como cartas mais ou menos abertas ao seu filho Catón Liciniano, nascido ao redor do ano 192 a. C.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)