Arquivos diarios: 23/02/2023

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (15)

O PLANETA X

Unha pergunta que surxe naturalmente é: porque se demorou tanto tempo para descobrir unha lua no nosso próprio sistema solar? Por um lado, isso depende da direcçón para onde os astrónomos apontam os seus instrumentos, por outro, daquilo que esses instrumentos foram concebidos para detectar, e, por outro, por se tratar de Plutón, um planeta difícil. Mas a razón principal é a direcçón para onde eles apontam os instrumentos. Nas palabras do astrónomo Clark Chapman: “A maior parte das pessoas acha que os astrónomos ván lá para fora à noite e varren o céu com os seus telescópios. Non é verdade. A grande maioria dos telescópios que existem som feitos para espreitar unha parte ínfima do céu, localizada a unha distância infinita, a fim de detectar um quasar, procurar buracos negros ou observar unha galáxia distante. A única rede de telescópios que varre os céus de unha ponta à outra foi concebida e construída pelos militares.” As reproduçóns artísticas têm-nos levado a imaxinar unha clareza de resoluçón fotográfica que non existe na astronomia real. Na fotografía de Christy, Plutón aparece muito pouco nítido e desfocado -parece mais um borboto cósmico- e a sua lua non é aquele astro amigo, romanticamente iluminada por trás e rigorosamente delineada que poderíamos ver nunha pintura da National Geographic, mas apenas unha minúscula e indistinta suxestón de qualquer cousa muito desfocada ali ao lado. De tal maneira desfocada que, na realidade, decorreram sete anos até que alguém voltasse a detectar a lua, sendo assim confirmada a sua existência por unha segunda entidade. Um detalhe engraçado na descoberta de Christy foi ter acontecido em Flagstaff, xá que fora também aí que, em 1930, Plutón foi detectado pola primeira vez. Essa descoberta debe-se em grande parte ao astrónomo Percival Lowell. Lowell, orixinário de unha família tradicional e abastada de Boston (a que consta da famosa piáda que diz de Boston: a cidade do feixón e do bacalhau, em que os Lowells só falam com os Cabots, enquanto os Cabots só falam com Deus), legou o famoso observatório com o seu nome, mas ficou para sempre conhecido pela sua crença de que Marte estaba coberto de canais construídos por dilixentes marcianos com o obxectivo de escoar água das rexións polares para as terras secas mas productivas mais próximas do equador. Outra das convicçóns de Lowell era que existia, algures para lá de Neptuno, um noveno planeta ainda por descobrir, a que chamou “planeta X”. Baseou esta afirmaçón em irregularidades detectadas nas órbitas de Urano e Neptuno, e dedicou os últimos anos da sua vida a tentar encontrar um “xigante gasoso” que tinha a certeza de se encontrar por esses lugares. Infelizmente, morreu subitamente em 1916, parcialmente esgotado pola sua procura, e a investigaçón caíu no esquecimento.

BILL BRYSON

NICOLAUS MACHIAVELLI (IL PADRINO)

Corria o ano de 1478. Naquele momento, o governo de Florença estaba nas máns de Lourenço de Medici, um príncipe “magnífico”, mas um péssimo banqueiro. Lourenço neglixenciou os negócios em prol da arte, e a inexorábel concorrência na banca reforçou-se ao ponto de os Pazzi se tornarem banqueiros e validos do papa. E, como acontece com regularidade, os Pazzi planearam chegar também ao governo de Florença, aproveitando o apoio de Sua Santidade. A forma escolhida para dar o golpe de Estado é unha proba da brutalidade do período e non destoaria dunha hipotéctica quarta parte de “O Padrinho”. A conxura dos Pazzi pretendía assassinar Lourenço de Medici e o seu irmán Juliano na catedral de Santa Maria del Fiore, durante a missa de domingo de Páscoa. O magnicídio debía acontecer precisamente ao sinal combinado. Coordenadamente, no momento em que o pároco se preparaba para elevar a hóstia durante a consagraçón, vários dos homes dos Pazzi, incluindo um sacerdote, puxaram das suas adagas e começaram a apunhalar os Medici. A crueldade dos atacantes foi tal que um deles desferíu um golpe… na própria perna! O rebuliço que se seguíu precedeu ó assombro xeral. Rapidamente se verificou que o ferido mais grave era o irmán do Magnífico, Juliano, apunhalado dezanove vezes até à morte. Em contrapartida, Lourenço conseguíu escapar com feridas de menor gravidade graças, sobretudo, à axuda prestada por um amigo poeta, exímio com a espada tal como com a pluma. À mesma hora em que isto acontecía na igrexa, o arcebispo de Pisa, de conluio com os Pazzi, tentava assaltar o poder do Palazzo Vecchio, sede da “Signoria”. Mas o levantamento fracassou e os conspiradores forom executados. O mesmo arcebispo acabou pendurado nunha das xanelas do palácio, ataviádo com o seu hábito relixioso, enquanto o velho Francisco de Pazzi foi arroxado por outra das xanelas, igualmente atado a unha corda. Os restantes conspiradores forom linchados, arrastados e mutilados por unha multidón enfurecida, que protagonizou unha violenta reaçón em massa a favor dos Medici. Como resultado, Lourenço de Medici continuou no poder e reaxíu endurecendo as suas políticas. Só a terríbel purga dos Pazzi custou quase unha centena de vidas.

IGNACIO ITURRALDE BLANCO