
ESTESÍCORO
Estesícoro de Hímera, considerado na Antiguidade o sucesor de Alcmán dentro da lírica, é especialmente conhecido pola sua remodelaçón dos temas épicos em metros líricos. Nesta narraçón lírica extendida, Estesícoro non foi ao parecer único. Sácadas de Argos, que escrebeu em Esparta a finais do século VII a. C., compuxo um “Saqueo de Troia” com mais detalhe ainda que Estesícoro. Xanto de Lidia, outro predecesor bastante obscuro de Estesícoro, compuxo unha “Orestíada”, que puido ter influênça sobre este último. A popularidade dos temas míticos nos xarróns contemporâneos é paralela a este interesse em amoldar os mitos a novas formas mais vivas. As areias exípcias e a paciente habilidade dos papirólogos elevaron espectacularmente o nosso conhecimento da poesía de Estesícoro. Uns papiros recentemente publicados, adxuntaron à nossa bagáxem dos “Nostoi” a “Palinodia a Helena”, a “Orestía” e a “Caza do Xabalí de Calidón; e os últimos dez anos viron a apariçón de fragmentos importantes da “Xerioneida”, o “Saqueo de Troia”, a “Erífile”, e talvez o mais importante, um poema desconhecido até entón sobre a sorte da casa de Edipo e a luta de Polinices e Eteocles. Estes novos descobrimentos derom razón ao alto valor que os antigos críticos concedíam à obra de Estesícoro, confirmarom o seu papel como vínculo entre a narrativa épica e lírica, e probado a sua importância na representaçón dos mitos na arte do século VI. É necesária, non obstânte, certa cautela. Non há unanimidade absolucta sobre que todos os novos fragmentos troianos e tebanos pertençam a Estesícoro. Em especial alguns rasgos métricos do papiro “Lille” diférem da práctica probada de Estesícoro. A matéria temática e o estilo proporcionam um alto gráu de probabilidade, mas nunca certeza absolucta. A tradiçón biográfica dá como datas para Estesícoro 632/29-556/53 a. C., tornando-se contemporâneo aproximado de Safo e Alceo e unha xeraçón posterior a Alcmán. Está relacionado tanto com Matauro de Locros no sul da Itália como com Hímera na Sicilia, e afirma-se que foi enterrado em Catânia, onde a sua tumba foi muito celebrada arquitectônicamente. A maioría dos escritores antigos relacionam-no com Hímera, mas também com Matauro que tinha essa mistura de dórico e Xónico, tanto na fala como na literatura, que marca a sua poesía. A sincronía da sua morte com o nascimento de Simónides (556-53 a. C.) pode considerar-se significativa de unha divisón importânte entre os estilos velho e novo. Simónides mesmo cita a Estesícoro como autoridade estabelecida, à altura de Homero. Éupolis, nos “Hilotas” (424 a. C.), une os cantos de Estesícoro com os de Alcmán e Simónides como “velhos”. Os novos fragmentos probam a importância de Estesícoro para o desarrolho da narrativa lírica extensa em Baquílides e para as odes de Píndaro, como a “Pítica”. Os seus poemas, parece, eram probabelmente mais pausados nos seus movimentos e mais chegados à corrente épica que às técnicas altamente selectivas da lírica de finais do século VI e princípios do V a.C. Os novos textos também prantexam um problema importânte. ¿Como se cantavam e executavam estes poemas? ¿Eram corais? A “Xerioneida”, por exemplo, debeu de ter polo menos 1.500 versos, o qual a faría três vezes e meia mais larga que a quarta “Pítica” de Píndaro, a ode coral mais larga que se conserva. Esta obra, nunha estimaçón aproximada, requeriría polo menos quatro horas para a sua representaçón, mais tempo do que um coro puidéra dançar em boa lóxica. A liberdade e a flexibilidade do metro, suxérem que Estesícoro cantaba estes poemas com a sua própria lira, sem acompanhamento coral. Esta poesía, herdeira da recitaçón épica ou rapsódica, é chamada “citárica”. À diferênça da obra do rapsóda, é unha composiçón orixinal; a diferênça da do monodista, é narrativa e longa, non pessoal e tampouco breve. “O Saqueo de Troia” de Sácadas e “A Orestía” de Xanto, mencionadas “supra”, probabelmente están dentro da mesma categoría.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)